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A "religião" futebol

TEMPOS ANTES DA CELEBRAÇÃO

Dois dos meus cronistas, Pacheco Pereira e Nuno Brederode dos Santos, não gostam de futebol. Eles atiram-se ao "futebol, futebol, futebol" que vai pelos telejornais. Eles aproveitam-se dos exageros de estágio (tempos da carne à jardineira almoçada pelos craques) para fustigar a essência da minha religião. Leio-os e sinto-me um daqueles exaltados de Damasco que queimaram queijos dinamarqueses depois dos cartoons de Maomé. Brincar com o meu Deco, mesmo em tempo de pousio, enerva-me: vou deixar de ler os meus cronistas preferidos até fim de Junho. Cristiano Ronaldo a elevar-se no golo ao Chelsea é melhor, mais mexido, do que aquele David à porta da Galleria degli Uffizi. Logo, que os repórteres o persigam quando a irmã o vai visitar, agrada-me. Quero mais e melhor. Ele bebe quatro cervejas às escondidas como Matateu? Quando lhe pedem "quer dizer alguma coisa ao microfone?", ele diz: "Olá, microfone!", como Garrincha na final de 62? Dele, deles, quero tudo.

Ferreira Fernandes

Diário de Notícias (DN), 27-05-2008

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