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Mensagens

A mostrar mensagens de agosto, 2009

Num país mais do que viável

Díli, Timor-Leste. - Os pessimistas estão sempre em vantagem. Se as coisas correm mal, ganham porque tiveram razão. Se as coisas correm bem, ninguém se lembra que eles erraram; todos sentem que ganharam, e eles ganham também. Os optimistas estão sempre em desvantagem. Se as coisas correm mal, perdem mais ainda por terem tido a imprevidência de ser optimista. Se as coisas correm bem - bem, então nesse caso toda a gente se esquece que eles acertaram, ninguém pensa mais no assunto, toda a gente sente que ganhou - e os optimistas, no máximo, empatam. Aqui em Timor-Leste, as pessoas dão-se ao luxo de estar optimistas, dos yuppies engravatados das embaixadas aos hippies desgrenhados das ONG, todos me dizem que "Timor-Leste não está nem sequer perto de ser um Estado falhado". Acima de tudo, são os próprios timorenses de todos os tipos, do Governo à oposição e da universidade ao campo, que nos fazem pensar que Timor-Leste esta bastante melhor do que simplesmente não ser um Estado f

Décimo Aniversário do Referendo de 30 de Agosto

Os timorenses iletrados do Timor profundo orgulham-se de terem expulso o Exército indonésio com um simples prego e uma folha de papel (alusão ao facto de terem utilizado um prego para furar o quadrado do logotipo do CNRT nos boletins do voto, em 30 de Agosto de 1999, para assinalar a sua opção política).

Referendo à la Mari

Daqui a menos de uma hora comemora-se o décimo aniversário da libertação de Timor, dia em que os timorenses foram chamados a pronunciar-se em Referendo promovido pelas Nações Unidas sobre o seu futuro: independência ou uma autonomia dentro da Indonésia. Hoje, 29/8, quiça para comemorar (também?!) o décimo aniversário do Referendo libertador da opressão e ocupação indonésia, Mari Alkatiri dá uma entrevista a Francisco Pedro, difundida pelo Sapo Notícias (29/8/2009), em que defende um 'referendo' para auscultar a opinião dos timorenses sobre se querem ou não 'eleições antecipadas'. Cá para mim, ou Alkatiri está tão desesperado, tal qual uma criança que perdeu o seu brinquedo preferido, deixando de ter a noção de razoabilidade política e não sabe o que diz, ou Alkatiri está apenas a entreter os seus fiéis seguidores, a fazer de conta que ainda lidera o seu moribundo grupo maputano, preparando o terreno para as eleições internas da Fretilin que já se avizinham a passos larg

José Ramos-Horta

O Presidente da República de Timor sabe que a Justiça e a História nem sempre caminham lado a lado. Sabe ainda que é perigoso reabrir feridas como a que a ocupação indonésia deixou em Timor. Por isso, Ramos-Horta insurge-se contra os que querem julgar os indonésios. Porque tem a certeza de que a paz é o capital mais precioso para o futuro do seu país. Público (29 Agosto 2009)

Os timorenses não estão interessados na justiça face à Indonésia, diz Ramos-Horta

Presidente de Timor-Leste afirma que os indonésios é que eventualmente virão a julgar os crimes contra os direitos humanos durante o regime de Suharto. O Presidente da República, José Ramos-Horta, manifestou-se ontem ressentido com um comunicado da Amnistia Internacional a solicitar que o Conselho de Segurança das Nações Unidas estabeleça um Tribunal Criminal com jurisdição sobre as violações cometidas por altura do referendo em que a população de Timor-Leste optou pela independência. "Na devida altura, os indonésios, com a sua própria agenda, julgarão eventualmente os que são responsáveis por crimes", disse o chefe de Estado, citado pela Radio Australia . Na linha do que muitas vezes já afirmou, Ramos-Horta declarou não apoiar nenhuma investigação internacional sobre o que se passou no seu país. "Os indonésios fizeram um tremendo progresso nos últimos dez anos, afastando-se da ditadura e da impunidade, para uma democracia mais robusta", disse ainda o Presidente, c

Visita da delegação do PN a Portugal

Há vícios instalados na embaixada timorense de Lisboa, que persistem mesmo com a mudança de embaixador, que devem urgentemente ser erradicados para melhor servir o país e os timorenses radicados em Portugal. Mais uma vez os serviços da embaixada mostraram a sua incompetência ao não preparar o terreno para a visita (de 24/07 a 14/08) da delegação parlamentar a Portugal, liderada pelo próprio Vice-Presidente do Parlamento Nacional, Vicente Guterres, para estudar o funcionamento dos municípios portugueses a fim de encontrar o melhor modelo para o poder local a adoptar em Timor. Antes da vinda da delegação, o Parlamento Nacional enviou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros um memorando sobre os contactos que os deputados pretendiam efectuar em Portugal: audiência com o Presidente da Assembleia da República, visita de trabalho à Câmara Municipal de Torres Novas e à Presidência do Governo Regional dos Açores, entre outros. Seguindo o protocolo, o MNE deve informar a Embaixada de Lisboa da

PNTL assume maior responsabilidade

Declaração do Porta-voz do IV Governo Constitucional, Secretário de Estado do Conselho de Ministros O Porta-voz do IV Governo Constitucional e Secretário de Estado do Conselho de Ministros, Ágio Pereira, anunciou que a PNTL (Polícia Nacional de Timor-Leste) tem vindo a fazer avanços significativos ao nível da capacitação e da profissionalização dos efectivos de polícia, fomentando deste modo a confiança junto das comunidades de Timor-Leste. Os avanços são evidentes em Lautém, Oecussi-Ambeno e Manatuto, três dos treze distritos de Timor-Leste, nos quais a PNTL retomou da polícia das Nações Unidas as responsabilidades primárias de policiamento. Manatuto é o mais recente distrito em que a PNTL reassume as responsabilidades de policiamento, mais concretamente no passado dia 25 de Julho de 2009. A transição faz parte de um esforço concentrado entre o Governo de Timor-Leste e a UNMIT com o intuito de transferir gradualmente as responsabilidades de policiamento para a Polícia Nacional de Timo

Tese australiana da execução de Reinado

A Polícia Federal Australiana (AFP) defende a tese de execução de Alfredo Reinado na residência do Presidente Horta. O relatório da polícia australiana, a quem foi solicitada perícia balística pelo Ministério Público timorense, diz, de acordo com um jornal de Sydney (de maior circulação nesta cidade australiana, segundo Jorge Heitor - http://heitor-omximo.blogspot.com/ ), que a arma com a qual o soldado Marçal disse ter disparado contra Reinado não é a mesma que o matou, assim como o seu guarda-costa Exposto. Não entendo esta informação do pseudo-relatório da AFP, se é que existe um relatório com este teor, e não ter sido facultado às autoridades timorenses que solicitaram a peritagem balística para ajudar a encontrar a verdade de tudo o que aconteceu em 11 de Fevereiro de 2008. Agora, não percebo (e não entendo mesmo) como é que o blogue http://timorlorosaenacao.blogspot.com/ (TLN) - que sempre disse cobras e lagartos dos australianos - vem servir-se de porta-voz da política expansio

Viriato da Cruz: NAMORO

Namoro Mandei-lhe uma carta em papel perfumado e com letra bonita eu disse ela tinha um sorrir luminoso tão quente e gaiato como o sol de Novembro brincando de artista nas acácias floridas espalhando diamantes na fímbria do mar e dando calor ao sumo das mangas Sua pele macia - era sumaúma... Sua pele macia, da cor do jambo, cheirando a rosas sua pele macia guardava as doçuras do corpo rijo tão rijo e tão doce - como o maboque... Seus seios, laranjas - laranjas do Loje seus dentes... - marfim... Mandei-lhe essa carta e ela disse que não. Mandei-lhe um cartão que o amigo Maninho tipografou: "Por ti sofre o meu coração" Num canto - SIM, noutro canto - NÃO E ela o canto do NÃO dobrou Mandei-lhe um recado pela Zefa do Sete pedindo, rogando de joelhos no chão pela Senhora do Cabo, pela Santa Ifigénia, me desse a ventura do seu namoro... E ela disse que não. Levei à Avó Chica, quimbanda de fama a areia da marca que o seu pé deixou para que fizesse um feitiço forte e seguro que nela

Campanha com boa música

Joana Amaral Dias nasceu em Luanda, de onde escrevo. Acabo de saber que o PS lhe mandou uma carta em papel perfumado. Com letra bonita, ele disse que ela tinha um sorriso luminoso tão triste e gaiato. Mas a essa carta ela disse que não. O PS tipografou um cartão: Por ti sofre o meu coração. Nos cantos pôs sim e não. E ela o canto do não dobrou. O PS mandou-lhe um recado pela Zefa do Sete, pedindo, rogando. Mas ela disse que não. O PS pediu a Avó Chica, quimbanda de fama, que fizesse um feitiço. E o feitiço falhou. O PS prometeu-lhe um colar, deu doces. E ela disse que não... Na verdade, eu não sei bem se o pedido e a insistência do PS foram mesmo assim, mas foi assim que Joana Amaral Dias os badalou. Quando o PS, triste, foi ao baile do São Janurio [Januário?], ela lá estava num canto a rir, contando o seu caso às moças mais lindas do Bairro Operário. Não sei, repito, se tudo se passou assim. Mas gosto de uma campanha eleitoral cantada por Sérgio Godinho e, sobreuto, com letra do luan

Gabo

Os escritores dividem-se (imaginado que aceitem ser assim divididos...) em dois grupos: o mais reduzido, daqueles que foram capazes de rasgar à literatura novos caminhos, o mais numeroso, o dos que vão atrás e se servem desses caminhos para a sua própria viagem. É assim desde o princípio do planeta e a (legítima?) vaidade dos autores nada pode contra as claridades da evidência. Gabriel García Márques usou o seu engenho para abrir e consolidar a estrada do depois mal chamado "realismo mágico" por onde logo avançaram multidões de seguidores e, como sempre acontece, os detractores de turno. O primeiro livro seu que me veio às mãos foi Cem Anos de Solidão e o choque que me causou foi tal que tive de parar de ler ao fim de 50 páginas. Necessitava de pôr alguma ordem na cabeça, alguma disciplina no coração, e, sobretudo, aprender a manejar a bússola com que tinha a esperança de me orientar nas veredas do mundo novo que se apresentava aos meus olhos. Na minha vida de leitor, foram

Dando voz aos comentaristas (6)

Não resisto de puxar para a página principal a réplica de um anónimo relativa ao comentário de Malai Azul 2 (30 de Julho, 17:22) sobre à postagem «Dando voz aos comentaristas (5)». Que tristeza? Grande triste são todas as tentativas de desestabilização, mentiras e calúnias que fazem parte da propaganda fretilinista propalada pelos blogs como o TLN e o Timor Online. O Malai Azul2 devia era ter vergonha na cara antes de fazer comentários destes. Mas do sucessor do Malai Azul (1) não podíamos esperar outra coisa. Claro que não!! Pois continuem com as vossas caboiadas de tentar derrubar o governo da AMP que Timor e os timorenses continuam a olhar para a frente, para um futuro sentido e visivelmente bem mais próspero e estável do que aquilo que se viu do governo da Fretilin (leia-se MAlkatiri). Nao bastou terem criado/ignorado todos os problemas que resultaram na crise de 2006, e agora ainda andam com palermices de criar mais instabilidade para derrubar o atual governo da AMP. O vosso azar

O Cheque-Boi

No Brasil, há uma expressão alternativa para cheque careca. Diz-se cheque-boi porque, quando se recebe um desses papelinhos e se desconfia da cobrança pensa-se, qual bovino,"Mmmm", que é como quem diz "aqui há gato". A proposta do PS de oferecer 200 euros a cada recém-nascido não é um cheque-bebé. É um cheque-boi. Espanha, por exemplo, atribui 2500 euros e muitos países europeus superam esse valor. Estes 200 euros, que não dariam nem para fraldas, ficarão no banco até o jovem ter 18 anos (aí receberá 500 euros), como se a preocupação dos pais não fosse no pós-parto mas quando a criança atinge a maioridade. É com este bom senso que o PS prefere esse cheque à melhoria da rede pública de infantários ou um abono de família mensal de nível europeu (150 euros). Já a banca arrecada 200 euros por cada nascimento. Anualmente, corresponde a 150 milhões. Ao fim de dezoito anos, os zeros da quantia não cabem nesta crónica. O que parecia uma política social é, afinal, um financi