Avançar para o conteúdo principal

Presidente português defende a criação da 3ª diocese

Cavaco disse ao Papa que em Timor bispos mandam mais que políticos

MANUELA PAIXÃO, Roma

Vaticano. Presidente da República recebido por Bento XVI

Numa audiência curta, mas sumarenta. África ocupou uma boa parte da agenda

"Welcome Mister President", exclamou Bento XVI, estendendo os braços a Cavaco Silva, indo ao seu encontro, na antecâmara da biblioteca privada do Santo Padre, onde durante 25 minutos, em inglês, os dois líderes políticos abordaram os temas nacionais e internacionais de maior actualidade.

"Falámos sobre as relações entre Portugal e a Santa Sé, a UE e o Tratado de Lisboa, África e Timor Leste. Tive ocasião de sublinhar a Bento XVI que Portugal, ao longo da sua história, contribuiu para que os cinco países de expressão portuguesa em África, o Brasil, Timor, tenham uma forte influência da parte da Igreja", explicou Cavaco.

O PR acrescentou que o continente africano foi um tema de grande importância neste encontro.

"A África fez parte da agenda das nossas últimas presidências do Conselho Europeu. Falei a Sua Santidade sobre a Cimeira Europa-África em Lisboa. Falámos da situação dos países de língua portuguesa, que contrasta vivamente com a situação trágica do Zimbabwe, que a comunidade internacional não pode nem ignorar nem legitimar", declarou Cavaco Silva.

Sobre a imigração africana clandestina, que tem sido tema de muitas intervenções de Bento XVI, o Presidente da República relembrou ao Papa que a legislação portuguesa é mais generosa e favorável do que a aprovada pela UE, não deixando, porém, de sublinhar a total solidariedade nacional com a luta de Bruxelas contra a imigração clandestina.

"Falámos também de Timor Leste, onde a religião católica constitui uma referência decisiva na identidade cultural, e a voz dos bispos é mais forte do que aquela dos líderes dos partidos", disse Cavaco, que após a audiência papal se reuniu com o secretário de Estado do Vaticano, Bertone.

Com o cardeal Bertone, desenvolveu "mais politicamente" os temas abordados com Bento XVI, em particular as dificuldades que a UE atravessa na sequência do "não" irlandês no referendo ao Tratado de Lisboa. "Debatemos o que pode ter estado na base deste "não" e qual a estrada a escolher para uma Europa que sem o Tratado será mais fraca na cena internacional. Quanto menor for a eficiência europeia, em particular na área da defesa, menor será o respeito pelos direitos humanos no mundo."

"Houve uma referência rápida à liberdade religiosa que funciona em Macau. Lembrei ao Santo Padre as negociações que então ocorreram e o esforço de Portugal para que fosse garantida a prática da religião católica, mas não falámos mais sobre a China", respondeu Cavaco ao DN.

"Como católico praticante, o encontro de hoje foi uma grande emoção. Não era a primeira vez, mas o Papa Bento XVI falou de uma forma muito sentida sobre Portugal", concluiu o Presidente.

Diário de Notícias, 29-06-2008

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Governo PS dos Açores suspendeu a ADD!!

O governo do Partido Socialista dos Açores suspendeu o modelo de avaliação do desempenho de professores imposto pela equipa da ministra Maria de Lurdes Rodrigues, substituindo-o por um modelo simplificado de avaliação. Mais: vai 'reconstruir' a carreira dos docentes contando também para a progressão da carreira os dois anos e quatro meses congelados pela 'reforma' do PM Sócrates.. A questão que se impõe agora é a seguinte: A República Portuguesa é ou não um Estado Unitário?!

Língua materna como língua de instrução: estupidez e teimosia do ME timorense

O melhor caminho para desenvolver as línguas maternas timorenses - vulgo línguas nacionais - é constituir equipas de estudiosos falantes nativos de cada uma das línguas (com a ajuda e colaboração de linguistas) para as estudar, analisar e estruturar a sua morfologia e sintaxe, e posterior aprovação da sua norma ortográfica pelo Parlamento Nacional a fim de haver uniformização no seu uso e ensino, evitando que uma mesma palavra tenha três ou quatro grafias diferentes. A política educativa deve estar integrada na estratégia de defesa e segurança nacional. Não deve servir, nunca, para abrir brechas na segurança e unidade do país. A educação não se limita apenas a ensinar a ler e a escrever ("literacia") e a ensinar efectuar operações aritméticas ("numeracia"). Num país multilingue - como o nosso - e de tradição oral é imperativo haver uma língua de comunicação comum a todos os falantes das cerca de uma vintena de línguas nacionais. Neste momento, o tétum já preenche es