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Vestígios do Império Marítimo Português do Oriente

Presença portuguesa no Oriente estende-se da Índia a Timor

Fortificações, igrejas, residências familiares ou «padrões» da passagem portuguesa no continente asiático estão presentes da Índia a Timor-Leste com o Estado de Goa, Malaca e Macau a marcarem de forma mais vincada a herança cultural portuguesa.

Historiadores contactados pela agência Lusa em Macau consideram «difícil» contabilizar a presença portuguesa na região dado que, se por um lado «existe um património protegido em Goa e Macau» noutros países como a Birmânia ou a própria China, a herança cultural «pode até ser vasta devido às comunidades de luso-descendentes que estiveram na zona», mas é pouco conhecida.

As fortificações, construídas para defender a presença mercantil portuguesa, estão em zonas costeiras ao longo de toda a Ásia onde as naus e caravelas aportavam para trocas de produtos e acabaram por contribuir para a formação de pequenas comunidades de luso-descendentes.

A velha Goa, Damão e Diu constituem um triângulo de forte presença de património de origem portuguesa, constituído por igrejas, fortificações e as casas de grandes famílias geralmente bem conservadas, tal como os edifícios contruídos durante a presença de uma administração portuguesa e «marcam hoje a diferença» daquelas regiões.

No antigo reino do Sião, hoje Tailândia, bem como no Sri Lanka e nas Filipinas, existem também vestígios tumulares mais ou menos vísiveis e dependendo da presença lusitana, contam.

Na China, Macau é o principal ponto da presença do património nacional com edifícios, fortificações de defesa da cidade, o primeiro farol da ásia de ajuda à navegação, igrejas e marcos da história da cidade como os jardins Luís de Camões, Vasco da Gama ou da Vitória.

Integrado da lista do património da Humanidade reconhecido pela UNESCO, a herança cultural portuguesa em Macau está defendida e é hoje alvo de uma atenção especial da população que quer manter a tradição da vista sobre o património contra a construção de grandes edifícios.

De Macau, a presença portuguesa na Ásia seguiu para o continente chinês, para Hong Kong e para Xangai, onde ainda é possível encontrar traços da herança cultural, basicamente arquitectónica e com uma marca na igreja dos portugueses quer em Pequim quer em Hong Kong.

Ainda no continente chinês está ainda de pé na ilha de Sanchoao uma pequena capela junto ao primeiro túmulo de São Francisco Xavier, cujos restos mortais estão agora em Goa.

Fortificações na Indonésia e Malaca, na Malásia, como ponto estratégico de comércio por ser a confluência de várias rotas inter-asiáticas e transoceânicas onde a presença portuguesa foi forte entre 1511 a 1641.

Mas não só de edifícios se faz a herança cultural nacional na Ásia. A gastronomia, a língua, a arte sacra e a religião estão também presentes no leque das tradições que os portugueses deixaram na região.

O governo português dos negócios estrangeiros, Luís Amado, anunciou segunda-feira passada em Omã o lançamento de um programa de inventariação, conservação e reabilitação do património da presença portuguesa no mundo para assegurar a valorização da história e cultura de Portugal.

O programa - explicou Luís Amado - vai ser articulado entre os Ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Cultura, da Educação e da Economia e pretende envolver instituições públicas e privadas, concretamente o Estado, fundações, municípios e empresas que se internacionalizaram com mais dinamismo.

Diário Digital / Lusa
09-04-2008

Comentários

h correia disse…
Ao contrário do que diz o texto, o farol da Guia não foi "o primeiro farol da ásia", mas sim o primeiro da China. Na Índia existem 9 faróis mais antigos, incluindo o do Forte da Aguada, em Goa.

Mais à frente, ficamos a saber que se pode estar simultaneamente num continente e numa ilha: "Ainda no continente chinês está ainda de pé na ilha de Sanchoao [...]"

Enfim. O habitual rigor de certos profissionais da Lusa...

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