Avançar para o conteúdo principal

Lugo, o bispo eleito presidente do Paraguai

Bispo suspenso pelo Vaticano é o novo presidente do Paraguai

O Bispo paraguaio D. Fernando Lugo venceu ontem as eleições presidenciais no país sul-americano, colocando um ponto final a 61 anos de poder absoluto do Partido Colorado. O prelado foi o candidato da coligação de esquerda Aliança Patriótica, que representa 11 sindicatos de trabalhadores e grupos indígenas.

Considerado como o “Bispo dos pobres”, D. Lugo fora líder do movimento “Tekojoja” (igualdade, na língua guarani) e tinha vindo a afirmar-se como forte opositor do antigo presidente, Duarte Frutos, com destaque para uma manifestação de 40 mil pessoas que levou às ruas no ano de 2006.

No discurso de vitória, Fernando Lugo afirmou que "agora pode dizer-se que os pequenos também podem vencer".

Esta eleição representa um problema interno para a Igreja, dado que Lugo está suspenso pelo Vaticano, após ter sido recusado o pedido de renúncia que o prelado apresentara, assinalando que a condição episcopal, uma vez assumida, é para toda a vida.

O Direito Canónico determina que a renúncia apresentada por um Bispo possa ser concedida ou negada pelo Papa, que poderá ainda optar por suspendê-lo, como aconteceu com D. Fernando Lugo.

O presidente da Conferência Episcopal local, D. Ignacio Gogorza, já afirmou que este problema será tratado pessoalmente pelo Papa, anunciando que “haverá novidades provenientes da Santa Sé”.

O segundo parágrafo do Cânone 287 do Código de Direito Canónico proíbe os clérigos de tomarem “parte activa” em partidos políticos, admitindo excepções quando assim “o exija a defesa dos direitos da Igreja ou a promoção do bem comum”, a juízo da autoridade eclesiástica.

A suspensão "a divinis", que se aplica neste caso, significa que o Bispo "permanece no estado clerical e continua obrigado aos deveres a ele inerentes, embora suspenso do ministério sagrado".

Agência Eclésia, 21/04/2008

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Governo PS dos Açores suspendeu a ADD!!

O governo do Partido Socialista dos Açores suspendeu o modelo de avaliação do desempenho de professores imposto pela equipa da ministra Maria de Lurdes Rodrigues, substituindo-o por um modelo simplificado de avaliação. Mais: vai 'reconstruir' a carreira dos docentes contando também para a progressão da carreira os dois anos e quatro meses congelados pela 'reforma' do PM Sócrates.. A questão que se impõe agora é a seguinte: A República Portuguesa é ou não um Estado Unitário?!

Língua materna como língua de instrução: estupidez e teimosia do ME timorense

O melhor caminho para desenvolver as línguas maternas timorenses - vulgo línguas nacionais - é constituir equipas de estudiosos falantes nativos de cada uma das línguas (com a ajuda e colaboração de linguistas) para as estudar, analisar e estruturar a sua morfologia e sintaxe, e posterior aprovação da sua norma ortográfica pelo Parlamento Nacional a fim de haver uniformização no seu uso e ensino, evitando que uma mesma palavra tenha três ou quatro grafias diferentes. A política educativa deve estar integrada na estratégia de defesa e segurança nacional. Não deve servir, nunca, para abrir brechas na segurança e unidade do país. A educação não se limita apenas a ensinar a ler e a escrever ("literacia") e a ensinar efectuar operações aritméticas ("numeracia"). Num país multilingue - como o nosso - e de tradição oral é imperativo haver uma língua de comunicação comum a todos os falantes das cerca de uma vintena de línguas nacionais. Neste momento, o tétum já preenche es