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Rendição 'protocolar' de Gastão Salsinha

Gastão Salsinha e grupo rebelde que atacou Ramos-Horta rendem-se em Díli

O tenente Gastão Salsinha entregou-se com outros 11 rebeldes no Palácio do Governo de Timor-Leste, colocando um ponto final ao processo de rendição. O Presidente Ramos-Horta, alvo de um ataque deste grupo, perdoou os revoltosos mas disse-lhes que agora terão de enfrentar a justiça.

O tenente Salsinha e 11 homens por si liderados chegaram ao Palácio vestidos com uniforme militar e rodeados de apertadas medidas de segurança. A rendição do grupo, que entregou as armas às autoridades, realizou-se na presença do Presidente José Ramos-Horta, do presidente do Parlamento Fernando Lasama de Araújo e do representante das Nações Unidas Atul Khare.

Gastão Salsinha, tenente irradiado do Exército timorense, era um dos homens mais procurados no país desde o duplo atentado de 11 de Fevereiro contra o Presidente Ramos-Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão. A rendição foi negociada no seu bastião de Ermera no final da semana passada.

O Presidente timorense fez hoje questão de falar directamente com o grupo dos revoltosos para dizer a Gastão Salsinha e Marcelo Caetano - o homem que afirma ter sido autor dos disparos que o feriram com gravidade no ataque de Fevereiro - que lhes perdoa "como cristão" e que a partir de agora ficarão nas mãos da justiça.

"Em relação até à pessoa que tentou assassinar-me, perdoo como cristão, como ser humano. Como chefe de Estado (disse-lhe que) ele tem que enfrentar a justiça", afirmou o Presidente Ramos-Horta numa breve comunicação ao jornalistas ainda no Palácio do Governo.

"Eu disse apenas que a justiça tem que ser feita e têm que ser eles próprios a ir a tribunal e explicar o porquê da sua acção no 11 de Fevereiro, mas também quem lhes deu as armas, uniformes, dinheiro, meios de comunicação, telefones, ao longo desses meses todos", explicou José Ramos-Horta.

O grupo de Gastão Salsinha chegou a Díli numa coluna de dezena e meia de viaturas militares das Forças de Defesa e da Polícia Nacional de Timor-Leste, unidades especiais da Polícia Nacional, o procurador-geral da República e a sua segurança pessoal, a GNR e as Força Internacional de Estabilização (ISF). Durante o decorrer da cerimónia de rendição, a ISF manteve frente ao Palácio do Governo um helicóptero Blackhawk.

Paulo Alexandre Amaral, RTP
Rádio TSF Online, 2008-04-29 09:28:50

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