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Será desta que Mugabe vai deixar o poder?!

Zimbabwe: oposição negoceia afastamento de Mugabe com militares e partido no poder

Imprensa dá conta de pressão crescente para Presidente reconhecer derrota.


A oposição está a negociar com as chefias militares e representantes do partido no poder o afastamento do Presidente Robert Mugabe que garante ter sido derrotado nas eleições presidenciais de sábado passado. A BBC online adianta mesmo que poderá estar para breve um acordo estipulando as condições para a transição de poder.

Fontes do Movimento para Mudança Democrática (MDC, na sigla em inglês), que oficialmente nega qualquer contacto, disseram à BBC que o presidente sul-africano, Thabo Mbeki, está a mediar as conversações entre dirigentes da oposição, representantes de Mugabe e chefes militares. No entanto, o Governo sul-africano rejeita qualquer envolvimento neste processo.

Nestes encontros, terá sido conseguido um acordo de princípio para que Mugabe faça uma declaração ao país, reconhecendo a derrota eleitoral. Contudo, a oposição prefere manter-se cautelosa até que o anúncio seja feito, temendo que Mugabe se mantenha inflexível na recusa de abandonar o poder, que ocupa há 28 anos, acrescenta o site da televisão britânica.

Também a edição online do diário britânico "The Guardian" confirma a realização destes encontros, nos quais terão participado altas figuras da Zanu-PF, o que indicaria que a liderança do partido no poder estará já dividida no apoio a Mugabe.

Por seu lado, uma fonte do Departamento de Estado norte-americano diz ter conhecimento de contactos entre oposição e Governo do Zimbabwe, mas alega que é ainda cedo para falar no afastamento do veterano Presidente, tanto mais que os dados disponíveis não dão como certa uma derrota definitiva de Mugabe.

Apesar de continuarem a não existir dados oficiais sobre a eleição presidencial (realizada em simultâneo com as legislativas), o MDC insiste que os dados de que dispõe apontam para uma vitória do seu líder, Morgan Tsavangirai, com cerca de 60 por cento dos votos, contra apenas 30 por cento conseguidos pelo veterano Presidente.

Por seu lado, a Zanu-PF admite que Tsavangirai leva ligeira vantagem na contagem de votos, mas afirma que a diferença é pequena e deverá obrigar à realização de uma segunda volta. Observadores independentes acreditam que o líder da oposição terá conseguido entre 50 a 55 por cento dos votos, não excluindo a hipótese de uma segunda volta nas presidenciais.

O atraso na divulgação de resultados oficiais leva a oposição a insistir que o partido no poder está a tentar manipular a votação, enquanto se multiplicam os apelos internacionais para que a comissão eleitoral se apresse a divulgar os números finais. Esta tarde, o próprio secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, emitiu um comunicado pedindo calma à população e “transparência” na contagem dos votos.

Em relação aos resultados das legislativas, que continuam a ser divulgados a conta-gotas, os últimos dados referem que a Zanu-PF conseguiu já eleger 64 dos 210 deputados do Parlamento de Harare, enquanto o MDC garantiu 62 e uma facção dissidente da oposição outros seis. Faltam ainda apurar 78 lugares, mas nas circunscrições já escrutinadas confirma-se que três dos actuais ministros perderam o seu lugar para os seus rivais do MDC.

PÚBLICO Online, 01/04/2008

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