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Ramos Horta reconhece atirador

01-03-2008 10:45:40
José Ramos-Horta conhecia agressor, diz líder da oposição

Díli, 1º mar (Lusa) - O presidente do Timor Leste, José Ramos-Horta, "conhece o homem que disparou sobre ele, um elemento do grupo de Alfredo Reinado, embora não saiba o nome", afirmou neste sábado à Agência Lusa o líder da oposição timorense, Mari Alkatiri, depois de uma visita ao governante, hospitalizado na Austrália. O secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor Leste Independente (Fretilin) visitou o chefe de Estado timorense no Hospital Real de Darwin, onde Ramos-Horta continua se recuperando do ataque sofrido em 11 de fevereiro. "O presidente viu quem atirou sobre ele", afirmou Mari Alkatiri, contatado por telefone em Darwin pela Lusa. "É um elemento do grupo de Alfredo Reinado de quem ele não sabe o nome, mas de quem ele conhece a cara, dos encontros que teve com Reinado". O presidente timorense comandou, desde a sua eleição em maio de 2007, o processo de negociações para resolver o problema de Alfredo Reinado, principal rosto da crise política e militar de 2006, acusado de crimes de homicídio, rebelião contra o Estado e posse ilegal de material de guerra. O major fugitivo Alfredo Reinado liderou o ataque à residência presidencial em Díli, em que foi morto ao lado de outro elemento do seu grupo. Ramos-Horta foi ferido gravemente no atentado.
Encontro
A referência ao autor dos disparos contra José Ramos-Horta "foi a única vez que o nome de Alfredo Reinado foi pronunciado durante a conversa", explicou Mari Alkatiri à Lusa. No resto do encontro, "não tocamos no nome de Alfredo" durante os 45 minutos que durou a visita no hospital, disse o dirigente da Fretilin, ex-primeiro-ministro e líder da oposição. "Foi uma visita de amigos. Disse ao presidente que não estava em Darwin para discutir assuntos políticos. Isso fica para depois do seu regresso às funções", afirmou Alkatiri. Segundo o dirigente da Fretilin, José Ramos-Horta "está bem disposto, fisicamente muito magro, mas intelectualmente muito lúcido". Os dois líderes políticos chegaram a trocar piadas durante o encontro, segundo o dirigente da Fretilin. "Eu disse-lhe que ele já ressuscitou", revelou Alkatiri, acrescentando que conversaram também sobre a "situação timorense, mas só da parte positiva", como a captura dos responsáveis pelo duplo ataque de 11 de fevereiro.
Situação no país
Segundo o ex-premiê, fizeram ainda comentários sobre "uma operação na qual ainda nenhum tiro foi disparado para ferir ou matar alguém" e da resposta positiva dos oficiais rebeldes, conhecidos como peticionários, ao processo de aquartelamento. "O presidente Ramos-Horta quer acompanhar cada vez mais o que se passa no Timor Leste e está completamente consciente do que se passa em Díli. No entanto, as informações sobre a situação atual foram prestadas antes pelo presidente interino", disse Alkatiri. O presidente interino, Fernando "La Sama" de Araújo, viajou também para Darwin, no mesmo avião em que seguiram Mari Alkatiri e o chefe da Missão Integrada das Nações Unidas no Timor Leste (UNMIT), Atul Khare. Sobre os ataques de 11 de fevereiro, José Ramos-Horta manifestou a Mari Alkatiri "a vontade de uma investigação profunda". "Ele continua a acreditar na busca do consenso e à Fretilin pediu que colaborasse nos esforços de diálogo", afirmou o secretário-geral da oposição timorense, partido que venceu as eleições de junho de 2007. A hipótese de eleições antecipadas não foi abordada na visita, mas Alkatiri afirmou à Lusa que, "se acontecerem, terão que ser em 2009". Durante a vistia, Mari Alkatiri levou ainda uma mensagem do primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, ao chefe de Estado hospitalizado.
Lusa Brasil

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