Mais ataques demolidores de Xanana Gusmão aos "experts" timorenses e internacionais da UNMIT, no seu discurso de 17/05, no Centro de Convenções de Díli.
«Eu, também, tenho a minha apreciação profunda relativa a ONU e suas agências. A minha proposta é esta: a UNMIT e seus "experts" timorenses deviam oferecer-se para resolver a questão do Iraque, Afeganistão, Paquistão, e oferecerem-se também para ajudar a democracia no Iémen, Síria e Líbia. Contudo, na apresentação da UNMIT, em Janeiro de 2011, afirmam que só com a continuação da presença da ONU em Timor-Leste é que se pode desenvolver este país.
Eu quero dizer aos timorenses, que se tornaram "experts" para a UNMIT, para não se gabarem muito, para não se curvarem demasiado para o dinheiro de outros, porque esta postura é uma doença a qual designamos colonialismo mental e colonialismo intelectual. Em português diz-se alienação. A nossa Constituição diz que não se pode alienar a nossa soberania, isto é, não se pode vender a nossa soberania a estrangeiros.
Fico contente por UNMIT me fazer esta apreciação. Porque se me tivesse elogiado como sendo uma óptima pessoa... para UNMIT, seria o povo que tinha o direito de me desconfiar que eu tinha alienado os intersses deste povo, que teria alienado a soberania desta Nação. Por isso, estou contente... por os nacionais e os internacionais, na UNMIT, não estarem contentes comigo. Conhecemos alguns que se tornaram "experts" na nossa terra, mas, esses, deviam era trabalhar com o Presidente Obama para tentar resolver os 14.5 triliões da dívida americana e as enormes fraudes das instituições financeiras e bancárias que o mundo conheceu em 2009, e que afectaram negativamente a economia a escala global. Outros, ainda, tornaram-se "experts" em macroeconomia e finanças, na nossa terra. Eles é que ainda não se deram conta, mas são eles os peritos que servem para ajudar a Europa a sair da enorme crise de dívida de 788 biliões da Irlanda, Grécia e Portugal, porque o 'baillout' que o Banco [Central] Europeu e o FMI podem oferecer é de apenas 322 biliões. Esses peritozinhos detentores do Bilhete de Identidade da RDTL desconhecem ainda que grandes países do mundo precisam muito da sua ajuda. A América e a Europa precisam destes "experts" timorenses e internacionais para corrigir e melhorar os padrões e 'standards' os quais eles muito defendem.»
Comentário: Depois desta passagem demolidora para o profissionalismo e imparcialidade e brio destes "experts" timorenses e internacionais da UNMIT, os convidados desta missão da ONU começaram abandonar a sala do CCD.
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