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Referendo à la Mari

Daqui a menos de uma hora comemora-se o décimo aniversário da libertação de Timor, dia em que os timorenses foram chamados a pronunciar-se em Referendo promovido pelas Nações Unidas sobre o seu futuro: independência ou uma autonomia dentro da Indonésia.

Hoje, 29/8, quiça para comemorar (também?!) o décimo aniversário do Referendo libertador da opressão e ocupação indonésia, Mari Alkatiri dá uma entrevista a Francisco Pedro, difundida pelo Sapo Notícias (29/8/2009), em que defende um 'referendo' para auscultar a opinião dos timorenses sobre se querem ou não 'eleições antecipadas'. Cá para mim, ou Alkatiri está tão desesperado, tal qual uma criança que perdeu o seu brinquedo preferido, deixando de ter a noção de razoabilidade política e não sabe o que diz, ou Alkatiri está apenas a entreter os seus fiéis seguidores, a fazer de conta que ainda lidera o seu moribundo grupo maputano, preparando o terreno para as eleições internas da Fretilin que já se avizinham a passos largos em 2010, continuando a enganar os ceguinhos maputanos para ser novamente reeleito com o 'sovaco no ar', empestando o ambiente com o catinga, tornando uma vez mais o ar político irrespirável como há três anos.

Quando o jornalista pretende saber os motivos do porquê da proposta sua das 'eleições antecipadas', Alkatiri responde o seguinte:

«Lancei um repto para um referendo para saber se a maioria das pessoas quer ou não eleições antecipadas. Consultar as pessoas para evitar que se cansem e achem que podem descer às ruas e derrubar o governo. Há um problema de legitimidade: as pessoas que estão no poder são quem esteve por trás da crise de 2006, quem entendeu começar com a violência e dividiu a polícia e as forcas armadas. Foi um golpe semi-constitucional.»

Acham isto lucidez?!

Comentários

Excelente, caro Sebastião!!!
Anónimo disse…
Este Mari esta cada vez pior!todas as vezes que abre a boca so sai vermes.TRISTEZA!...
Anónimo disse…
"Lancei um repto para um referendo para saber se a maioria das pessoas quer ou não eleições antecipadas. Consultar as pessoas para evitar que se cansem e achem que podem descer às ruas e derrubar o governo."

Entao mas o Mari nao queria derrubar o governo com uma muito prometida mas nunca realizada marcha da paz?

Ainda me lembro de ter lido uma entrevista onde Mari Alkatiri dizia que a unica maneira de defender os interesses de Timor passaria pelo derrube do governo e que ele tudo faria para que isso acontecesse.

Agora quer um referendo para evitar que o governo seja derrubado?

Faz me lembrar a historia 'a raposa e as uvas'

Que triste figura que este senhor faz!!!
Anónimo disse…
O sr. Mari Alkatiri é o instigador da "violência" que imputa a outros porque são as suas próprias palavras que o atraiçoam.

A decisão de "despedir" 40% das FALINTIL-FDTL foi de quem? Pior e para anteceder essa bela decisão: quem era o responsável pela resolução dos conflitos, descriminações e outras questões de menor importância que ele deveria ter dado resolução e que nunca deu? De quem foi a culpa? De Matan Ruak? Não!

Alkatiri empurrou, com a preciosa ajuda em termos psicológicos de um sr. Dr. Roque Rodrigues, uma "assessoria" de uma sra. Paula Pinto e alguns outros peões de menor importância mas cavernosamente colocados, dizia, empurrou mas mais correcto será dizer EMPURRARAM o Brigadeiro-General Taur Matan Ruak para a bela figura de um acto do qual não há documentação oficial onde se veja, preto no branco, tal ordem, quem a deu, como e com quem chegaram a tal brilhante conclusão! Niente.

Os problemas que se acumulavam é que não eram resolvidos. Rebentaram como é evidente. E ao rebentarem sob a forma de manifestações dos peticionários, começa a grande manobra de distracção. Uma delas é o fantástico congresso da Fretilin, onde em vez de darem uma palavra, alto e bom som a todo o Povo Timorense sobre o que estava a acontecer, este congresso, cegueta de todo e virado completamente para o seu umbigo, decide votar-se a si próprio de braço no ar... para confirmar se as "estruturas internas" estavam bem de saúde! Nem uma única palavra de apaziguamento se viu ou ouviu perante os graves acontecimentos.

Com tamanha insistência de uma marcha da paz, com o mirabulante pedido (acho que até o fez no PN) de um referendo para se ver se se se lhe saía a sorte grande, Mari Alkatiri está a anos-luz do estratega Kay Rala Xanana Gusmão.

Até o padre Melícias diz algo no dia 30 de Agosto de 2009, em Dili, do género: "... em 2006 houve de novo problemas, esperamos que eles nunca mais aconteçam se acontecerem, quem resolveu antes há-de resolvê-los no futuro...".

Kay Rala Xanana Gusmão está muito à Frente de alguém que não tem sequer a modéstia em reconhecer que perdeu para uma plataforma multipartidária. Mari nunca conseguiu a unidade que hoje em dia existe em Timor-Leste. E para rematar, o "nascimento" do I Governo Constitucional vem de algo nada democrático, por muito que muitos digam que sim senhor, tinha de ser assim. Não tinha não senhor. O que saiu da votação de 2001 era para a Assembleia Constituinte. Nenhum partido, nessa altura, se ouviu a pedir a queda de algo assim, ninguém pediu referendo algum para haver eleições, todavia Maria Alkatiri governou. As eleições de 2007 estavam em sintonia com as datas que a Constituição estipula e o resto sabe-se.

Este senhor queixa-se de quê? Dele próprio? Não pode, usa os outros.

Parece-me que há algo que está mesmo a mudar: a imagem de Timor-Leste no exterior está realmente a mudar, tal era o cheiro bafiento que se instalou desde a crise de 2006 com a máquina da Fretilin a bombardear a opinião pública com a ajudinha de uns quantos jornalistas que fazem a bela figura do cãozinho agarrado à trela, tudo sempre na vertente de que Xanana, Horta, Lasama e quantos viessem à mão, eram uns bandidos, uns assambarcadores, etc.

Até ao Congresso de 2010 caro Mari. Vamos ver se consegue passar "mais alguma" daquelas manobras de mudança de estatutos cada vez que lhe é preciso. Dedique-se mais.
Por melhor entregue que esteja este texto vou sempre lamentar que as pessoas não falem abertamente onde se espera que o façam. Afinal ... São coniventes com quem como eu critica a falta de coragem ... e depois ... nada.

Sebastião,
obrigada por tudo.
Anónimo disse…
O horizonte daquilo que pensamos ser o local sagrado situa-se exactamente em cada local que se está. Está mais que provado que cada local tem as suas virtudes e os seus defeitos, há que saber viver com eles pois são eles que criam o sal da vida.

Quanto a Mari Alkatiri, o homem não pode estar lúcido e tudo indica que não consegue mudar de comportamento. Nisso é coerente, tem essa particularidade. Não muda ele, que se mude o partido pois o homem só fez com que o mesmo ficasse "isolado" em Timor-Leste, sem apoios para poder governar.

Que venha esse congresso em 2010 a ver se se limpa a casa...

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