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O delico-doce

Morangos com Açúcar

Serve o título de uma das mais longas séries juvenis da história da ficção portuguesa para ilustrar o que esta semana todos comentam. A mudança de estilo de José Sócrates. Que muitos esperam genuína mas tantos outros (sobretudo na oposição, mas também no PS quem suspeite) a atribuem ao que dizem ser o "o talento do primeiro-ministro para a sétima arte". Digno, portanto de actor.

E o recurso a esta série, por sinal da TVI, ocorre na sequência de um diálogo de sete minutos entre Sócrates e os jornalistas, à saída do debate da moção de censura. Podia ter acontecido naquela série. Tom pedagógico, paciente, disponível.

No início da semana, na comissão política do PS, os jornalistas já tinham dado pelo "doce" sabor da derrota. Falou à entrada para a reunião, decepcionado e humilde, quatro horas depois, novamente disponível: "Querem fazer perguntas? Façam favor..."

Confirmou-se ali, no Parlamento, que Sócrates quer passar essa imagem. À primeira pergunta, responde, outro jornalista interrompe para mudar de assunto. Calmo, calmíssimo: "Desculpe, deixa-me responder ao seu colega..." O assunto era o TGV. A seguir vieram os calendários eleitorais: "Eu compreendo a vossa curiosidade, mas o que posso dizer? Falarei com o Presidente. A posição do PS é conhecida..." Os erros da governação "Sr. primeiro-ministro, esclareça-me uma dúvida..." Sócrates interrompe: "Bom, se eu puder...". Mas e os erros, insistem os jornalistas: "Eu sou um político resignado comigo próprio. Acho que as medidas que tomei foram corajosas e patrióticas..." Algum erro??? "Mas querem um exemplo? Vamos ver. Vou dar. Terão notícia!" Breve silêncio "Nós deveríamos ter investido mais na cultura".

Pois! Foi mesmo por causa do orçamento da cultura que o PS viu agora o cartão amarelo.

Na série, nos Morangos com Açucar dava para esboçar um sorriso. Nem nas Produções Fictícias fariam melhor.

Um desabafo entre vários que se ouvem a socialistas: "A senhora da lavandaria onde vou já comentou comigo: 'O seu primeiro-ministro está muito doce.' Mas pareceu-me que o tom era sarcástico".

E, já agora, o que dirá Vitorino, António Vitorino, de novo coordenador para o programa de Governo do PS "Habituem-se"?!

Teresa Dias Mendes, TSF (Diário de Notícias, 20/06/2009)

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