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Um pouco de poesia

Um dia, vieram e levaram o meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.

No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho
que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.

No terceiro dia, vieram e levaram o meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.

No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...

Martin Niemöller
___________________

Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão,
e não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.

Poema atribuído ao poeta russo Maiakovski, mas alguns críticos defendem que é excerto de um poema do poeta brasileiro Eduardo Alves da Costa.

Comentários

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

Bertold Brecht (1898-1956)


Abraço solidário,
M.
(não me identifico em nada com o teor mas como geralmente está associado àqueles que o Sebastião citou, coloquei aqui.)

Infelizmente sou daquelas 'trombudas' que se indignam facilmente e estupidamente ... querem um mundo melhor. E pagam o preço de, pelos vistos, tão utópico objectivo!!! Mas, prefiro morrer de pé, enquanto tiver forças. Quando elas desaparecerem, mais vale desaparecer para sempre.

Mais um abraço para o amigo Sebastião
Sebastião disse…
Margarida,

Não tenho actualizado regularmente o blogue, porque a minha disposição de espírito está a mostrar alguma resistência para...

Contudo, postei estes dois poemas - para partilhar com quem visita este pequeno espaço - porque reafirmam a intemporalidade (ou actualidade) da importância da indignação (e revolta) contra toda e qualquer forma de injustiça que alguém (seja Estado, ou outro) exerce sobre o seu próximo.

Abraço de

Sebastião.

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