Líder do PSD reuniu-se com a Fenprof
27.02.2008 - 19h57 PÚBLICO, com Lusa
Luís Filipe Menezes defendeu hoje, após um encontro com a Fenprof, a suspensão da avaliação dos professores, considerando "uma questão nuclear" que o sistema proposto pelo Ministério da Educação seja corrigido para que fique "fora da tutela governativa". Ouvidas as críticas dos sindicalistas à política educativa do ministério de Maria de Lurdes Rodrigues, Menezes deixou um conselho ao Governo: "Em relação à avaliação dos professores mandava o bom senso que se parasse para pensar, para ouvir os sindicatos, para ouvir os pais, para ouvir os agentes educativos em geral e se partir para um sistema justo". As alternativas do PSD ao sistema de avaliação de professores irão ser apresentadas em breve, mas, numa reacção imediata às reivindicações dos docentes, Menezes defende que se deve “retirar da lógica e da esfera governativa o processo de avaliação". "Essa é uma questão nuclear, independentemente de qual seja a solução final", acrescentou, citado pela Lusa.Luís Filipe Menezes alerta que "se fosse por diante" o sistema de avaliação projectado pelo Executivo "milhares de portugueses que hoje são livres passariam a depender de uma forma determinante da vontade dos governantes de circunstância". O dirigente laranja sustenta a sua posição com o que considera serem "erros de base intoleráveis" no sistema de avaliação, como "a ligação da avaliação dos professores ao resultado escolar dos alunos" e a colocação de professores a avaliar os colegas “cuja formação especifica não está preparada para este tipo de avaliações". No final do encontro, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, saudou o apoio manifestado por Menezes, mas sublinhou que "na maior parte das coisas concretas" a federação e o PSD estão "em desacordo", embora admita "convergência" na ideia de que "as organizações sindicais e os professores não podem ser desvalorizados". Mário Nogueira deixou ainda um recado a José Sócrates, que hoje pediu um esforço dos professores na melhoria do sistema educativo, afirmando que "é bom que o senhor primeiro-ministro comece a alterar a sua opinião” sobre os professores". O sindicalista espera que o resultado dos protestos organizados pelos professores nas últimas semanas seja semelhante ao dos realizados pelos trabalhadores e utentes dos serviços do sector da Saúde, numa referência à saída do ministro Correia de Campos. "Estamos a tentar bater um recorde. A última vez que um ministro foi ao 'Prós e Contras' durou 10 dias", ironizou o sindicalista, lembrando a presença do ministro Correia de Campos no programa da RTP, que contou, na segunda-feira, com a presença da ministra Maria de Lurdes Rodrigues.
Protestos continuam
Os protestos de professores continuam a realizar-se em vários pontos do país, depois das manifestações da última sexta-feira, convocadas por sms, correio electrónico ou blogs, realizadas no Porto, em Leiria e nas Caldas da Rainha, onde participaram cerca de dois mil professores. Na terça-feira, mais de um milhar de professores participaram, em Coimbra, num cordão humano de protesto contra a política educativa do Governo, que terminou em frente às instalações da Direcção Regional de Educação do Centro. Esta quarta-feira, Viseu também recebeu uma iniciativa semelhante, convocada pela Fenprof, com a realização de um cordão humano formado por centenas de docentes junto ao Auditório Mirita Casimiro, com destino ao Governo Civil de Viseu, onde foi pedida uma reunião com o governador. Para o dia 8 de Março está agendada uma manifestação de professores organizada por uma plataforma de sindicatos da CGTP, UGT e independentes.
PÚBLICO, com Lusa
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