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Horta e as presidenciais de 2012 (2)

Ontem, domingo, 29/01, por volta das três de tarde, qual não foi o meu espanto quando deparei com dois panos a ladear o portão de acesso ao Convento das Irmãs Canossianas a anunciar algo como - cito de memória, porque não tenho registo fotográfico - Ramos Horta, Presidente da Unidade Nacional. Num primeiro momento, achei estranho o anúncio da recandidatura do actual PR pendurado no gradeamento de uma congregação religiosa; refeito o susto, disse cá para os meus botões: "É cenário para completar as vestes eclesiásticas que ultimamente o pré-candidato a PR se tem mostrado na televisão e jornais". Mas, quando olhei em volta, num raio de 180º, reparei em uma dezena de camiões de carga e umas carrinhas de aluguer (localmente designadas "Anguna"), estacionadas num lado e de outro da rua, ainda com os seus respectivos passageiros a bordo, foi então que relacionei os ditos panos com a foto do actual PR e pré-candidato com uma possível cerimónia de lançamento da sua candidatura. Suspeita confirmada com a chegada barulhenta de uma caravana de umas duas dezenas de motos a abrir caminho para a viatura (não sei se oficial ou não) de Horta e a recepção a moda tradicional timorense, no portão do convento, com tímbalos e babadoks e dança guerreira. Não consegui visualizar bem o evento porque estava a uma certa distância - com agravante de sofrer de miopia e sem óculos. Para encurtar a narração, apenas digo que Díli é o barómetro em todas as eleições realizadas até a data em Timor. O que se notou foi a falta de adesão dos eleitores de Díli, nem o entusiasmo dos passageiros de camiões e "angunas" vindos do interior oeste, em contraste profundo com a afluência e entusiasmo num encontro de Ruak com as equipas distritais, no mesmo salão das Irmãs Canossianas, há algumas semanas. Se Horta quiser aferir o seu peso real na política timorense, então, que se recandidate...

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