Acordo Ortográfico: Brasil recebe com satisfação decisão da Assembleia da República
Brasília, 16 Mai (Lusa) - O Brasil recebe com satisfação a notícia da aprovação pelo Parlamento de Portugal do segundo protocolo modificativo ao Acordo Ortográfico, disse hoje à Lusa o presidente da Comissão de Língua Portuguesa do Ministério da Educação brasileiro.
Segundo Godofredo de Oliveira Neto, que preside também ao Conselho Director do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), a decisão da Assembleia da República que abre caminho para a entrada em vigor do acordo em Portugal, "revigora decisivamente a língua portuguesa no mundo".
"Além disso, amplia substancialmente a circulação dos livros nos países lusófonos, criando melhores condições para a diminuição do dramático nível de leitura na esmagadora maioria desses países", acrescentou.
Oliveira Neto acredita ainda que a entrada em vigor do acordo vai "contribuir radicalmente para a abertura de mercado tanto para as editoras portuguesas como para as brasileiras".
O especialista defendeu que os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) comecem a trabalhar na elaboração de um vocabulário ortográfico comum, como está previsto no acordo.
"Só com este vocabulário é que certos pontos obscuros do Acordo Ortográfico serão esclarecidos, como a questão do hífen", explicou.
Como presidente do Conselho Director do IILP, Oliveira Neto vai convocar uma reunião para a primeira semana de Julho, para que os países lusófonos tracem as estratégias da elaboração desse vocabulário comum.
Na avaliação do embaixador de Portugal em Brasília, Francisco Seixas da Costa, a decisão agora tomada pelo Parlamento português tem uma dimensão estratégica da maior importância.
"Ter o Português com uma grafia quase comum às duas normas actuais vai facilitar imenso a consagração da língua no plano internacional", afirmou o diplomata à agência Lusa.
Seixas da Costa destacou que o acordo já poderia estar em plena aplicação há 14 anos.
"Destaco um facto que, muitas vezes, se esquece: o Acordo Ortográfico já havia sido aprovado e ratificado por Portugal em 1991. Se então os outros países subscritores tivessem procedido da mesma forma, o acordo já poderia estar em plena aplicação desde 1994", referiu.
Na votação de hoje na Assembleia da República, estava em causa apenas a adesão de Timor-Leste ao Acordo Ortográfico e a possibilidade deste poder entrar em vigor após três ratificações, como estabelece o segundo protocolo modificativo.
Três dos oito membros da CPLP - Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe - já tinham ratificado o acordo e também os protocolos modificativos, o que em tese permitia que o acordo já pudesse estar em vigor desde o ano passado.
A adesão de Portugal, entretanto, sempre foi considerada fundamental pelo Governo brasileiro.
"É compreensível que muitas pessoas, em Portugal e no Brasil, tenham uma posição pouco favorável ao Acordo Ortográfico. Ninguém gosta de mudar as regras com que escreve. Mas todos temos de fazer um sacrifício para garantir que a nossa língua se mantém próxima na escrita. A prazo, todos vamos ganhar", concluiu Seixas da Costa.
CMC
Lusa/Fim
Brasília, 16 Mai (Lusa) - O Brasil recebe com satisfação a notícia da aprovação pelo Parlamento de Portugal do segundo protocolo modificativo ao Acordo Ortográfico, disse hoje à Lusa o presidente da Comissão de Língua Portuguesa do Ministério da Educação brasileiro.
Segundo Godofredo de Oliveira Neto, que preside também ao Conselho Director do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), a decisão da Assembleia da República que abre caminho para a entrada em vigor do acordo em Portugal, "revigora decisivamente a língua portuguesa no mundo".
"Além disso, amplia substancialmente a circulação dos livros nos países lusófonos, criando melhores condições para a diminuição do dramático nível de leitura na esmagadora maioria desses países", acrescentou.
Oliveira Neto acredita ainda que a entrada em vigor do acordo vai "contribuir radicalmente para a abertura de mercado tanto para as editoras portuguesas como para as brasileiras".
O especialista defendeu que os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) comecem a trabalhar na elaboração de um vocabulário ortográfico comum, como está previsto no acordo.
"Só com este vocabulário é que certos pontos obscuros do Acordo Ortográfico serão esclarecidos, como a questão do hífen", explicou.
Como presidente do Conselho Director do IILP, Oliveira Neto vai convocar uma reunião para a primeira semana de Julho, para que os países lusófonos tracem as estratégias da elaboração desse vocabulário comum.
Na avaliação do embaixador de Portugal em Brasília, Francisco Seixas da Costa, a decisão agora tomada pelo Parlamento português tem uma dimensão estratégica da maior importância.
"Ter o Português com uma grafia quase comum às duas normas actuais vai facilitar imenso a consagração da língua no plano internacional", afirmou o diplomata à agência Lusa.
Seixas da Costa destacou que o acordo já poderia estar em plena aplicação há 14 anos.
"Destaco um facto que, muitas vezes, se esquece: o Acordo Ortográfico já havia sido aprovado e ratificado por Portugal em 1991. Se então os outros países subscritores tivessem procedido da mesma forma, o acordo já poderia estar em plena aplicação desde 1994", referiu.
Na votação de hoje na Assembleia da República, estava em causa apenas a adesão de Timor-Leste ao Acordo Ortográfico e a possibilidade deste poder entrar em vigor após três ratificações, como estabelece o segundo protocolo modificativo.
Três dos oito membros da CPLP - Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe - já tinham ratificado o acordo e também os protocolos modificativos, o que em tese permitia que o acordo já pudesse estar em vigor desde o ano passado.
A adesão de Portugal, entretanto, sempre foi considerada fundamental pelo Governo brasileiro.
"É compreensível que muitas pessoas, em Portugal e no Brasil, tenham uma posição pouco favorável ao Acordo Ortográfico. Ninguém gosta de mudar as regras com que escreve. Mas todos temos de fazer um sacrifício para garantir que a nossa língua se mantém próxima na escrita. A prazo, todos vamos ganhar", concluiu Seixas da Costa.
CMC
Lusa/Fim
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