Defesa: CPLP pode ajudar "capacitação humana" das Forças Armadas, diz PR timorense
Díli, 18 Mai (Lusa) - A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) "pode ajudar na capacitação humana dos quadros das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste", afirmou hoje José Ramos-Horta em Díli.
O Presidente da República timorense discursou hoje na sessão de encerramento da X reunião dos ministros da Defesa da CPLP, que este fim-de-semana trouxe a Díli delegações de sete países.
"Temos que pensar muito seriamente, rapidamente, na passagem de uma geração para outra" no seio das F-FDTL, declarou o chefe de Estado timorense à saída da reunião.
"A geração de 1975 foi aniquilada. Os que sobrevivem, como o brigadeiro-general Taur Matan Ruak, o coronel Lere e o tenente-coronel Falur, estão para cima de 50 anos", de idade, explicou José Ramos-Horta.
"Já serviram o país nas Forças Armadas mais de 30 anos, 24 dos quais em situações extremamente difíceis das montanhas e matas timorenses. Eles próprios pedem passagem à reserva", referiu o Presidente da República.
"Isto implica reflexão e acções muito rápidas para a preparação de novos quadros superiores, que com sentido de patriotismo, de integridade, de disciplina, de dedicação, possam substituí-los", acrescentou José Ramos-Horta.
O Presidente da República, vítima de um ataque junto à sua residência pelo grupo do major Alfredo Reinado a 11 de Fevereiro, agradeceu o apoio dos países da CPLP ao processo democrático timorense.
"Se a geografia não perdoa em termos de distância, não impede a intimidade de relações dos governos e dos povos dos nossos países", afirmou o Presidente da República.
José Ramos-Horta, que no discurso aos delegados da CPLP defendeu o lançamento de "bases de cultura de prevenção", explicou que Timor-Leste tem em curso uma reforma do sector de segurança através de um grupo de trabalho que representa os três órgãos de soberania.
A reunião ministerial da Defesa da CPLP aprovou a Declaração de Díli, assinada hoje pelos delegados, aprovando o conceito de centros de formação militar em áreas específicas, chamados Centros de Excelência.
"Como somos um país com oito anos, somos quase sempre país recipiente de solidariedade e apoio", referiu José Ramos-Horta sobre a contribuição de Timor-Leste para a futura rede de centros.
"Portugal e Brasil e outros países com mais experiência podem oferecer instalações para os centros de excelência", acrescentou o chefe de Estado timorense.
"De futuro, talvez Timor-Leste possa contribuir mais financeiramente do que com recursos humanos", explicou ainda o Presidente da República.
José Ramos-Horta salientou, porém, que "Timor-Leste é o único país de língua portuguesa na Ásia e será importante a CPLP estar representada na ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático)" após a adesão timorense, que o Presidente da República julga ser possível até 2012.
"A ASEAN significa uma mais-valia para a CPLP, assim como (significam) outros países nos respectivos contextos regionais", afirmou José Ramos-Horta à imprensa.
Antes da assinatura da Declaração de Díli, José Ramos-Horta teve uma reunião bilateral com o ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, na qual o representante português reiterou o apoio à consolidação do sector de segurança de Timor-Leste.
PRM.
Lusa/fim
Díli, 18 Mai (Lusa) - A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) "pode ajudar na capacitação humana dos quadros das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste", afirmou hoje José Ramos-Horta em Díli.
O Presidente da República timorense discursou hoje na sessão de encerramento da X reunião dos ministros da Defesa da CPLP, que este fim-de-semana trouxe a Díli delegações de sete países.
"Temos que pensar muito seriamente, rapidamente, na passagem de uma geração para outra" no seio das F-FDTL, declarou o chefe de Estado timorense à saída da reunião.
"A geração de 1975 foi aniquilada. Os que sobrevivem, como o brigadeiro-general Taur Matan Ruak, o coronel Lere e o tenente-coronel Falur, estão para cima de 50 anos", de idade, explicou José Ramos-Horta.
"Já serviram o país nas Forças Armadas mais de 30 anos, 24 dos quais em situações extremamente difíceis das montanhas e matas timorenses. Eles próprios pedem passagem à reserva", referiu o Presidente da República.
"Isto implica reflexão e acções muito rápidas para a preparação de novos quadros superiores, que com sentido de patriotismo, de integridade, de disciplina, de dedicação, possam substituí-los", acrescentou José Ramos-Horta.
O Presidente da República, vítima de um ataque junto à sua residência pelo grupo do major Alfredo Reinado a 11 de Fevereiro, agradeceu o apoio dos países da CPLP ao processo democrático timorense.
"Se a geografia não perdoa em termos de distância, não impede a intimidade de relações dos governos e dos povos dos nossos países", afirmou o Presidente da República.
José Ramos-Horta, que no discurso aos delegados da CPLP defendeu o lançamento de "bases de cultura de prevenção", explicou que Timor-Leste tem em curso uma reforma do sector de segurança através de um grupo de trabalho que representa os três órgãos de soberania.
A reunião ministerial da Defesa da CPLP aprovou a Declaração de Díli, assinada hoje pelos delegados, aprovando o conceito de centros de formação militar em áreas específicas, chamados Centros de Excelência.
"Como somos um país com oito anos, somos quase sempre país recipiente de solidariedade e apoio", referiu José Ramos-Horta sobre a contribuição de Timor-Leste para a futura rede de centros.
"Portugal e Brasil e outros países com mais experiência podem oferecer instalações para os centros de excelência", acrescentou o chefe de Estado timorense.
"De futuro, talvez Timor-Leste possa contribuir mais financeiramente do que com recursos humanos", explicou ainda o Presidente da República.
José Ramos-Horta salientou, porém, que "Timor-Leste é o único país de língua portuguesa na Ásia e será importante a CPLP estar representada na ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático)" após a adesão timorense, que o Presidente da República julga ser possível até 2012.
"A ASEAN significa uma mais-valia para a CPLP, assim como (significam) outros países nos respectivos contextos regionais", afirmou José Ramos-Horta à imprensa.
Antes da assinatura da Declaração de Díli, José Ramos-Horta teve uma reunião bilateral com o ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, na qual o representante português reiterou o apoio à consolidação do sector de segurança de Timor-Leste.
PRM.
Lusa/fim
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