Espreitando o blogue Timor Lorosae Nação encontrei mais uma intervenção da Maria (na caixa de comentário da postagem «CEMGFA TIMORENSE DIZ QUE A CRISE DE 2006 "NÃO FOI MILITAR"», de 14/6) sobre o conflito de Maio/Junho 2006 e a tentativa de Roque Rodrigues de 'controlar a mente' do General Ruak e o golpe de Rogério Lobato contra os seus camaradas fretilinos em Catembe, Moçambique, do qual resultou na prisão da actual toda poderosa Ana Pessoa entre outros, libertados passados dias pela Frelimo. Há quem defenda que a origem remota da crise de 2006 seja este longínquo golpe, no tempo e no espaço, de Rogério Lobato, resultando numa animosidade silenciosa e permanente entre Alkatiri e Lobato até a presente data.
Maria disse:
A Crise de 2006 é uma crise!
Dizer que é militar ou que é civil também é passível de muita discussão.
Mas, dizer que não é militar porque é só politica, é o mesmo que dizer que o militar nada tem a ver com política, que ser militar é estar completamente desligado da realidade política, o que é completamente falso.
As F-FDTL começaram a viver a sua crise desde que Alkatiri forçou que se acrescentasse 'Falintil' às FDTL, ficando Fatintil - Forças de Defesa de Timor-Leste que, em acrónimo, deveria ser F-FDT (e não TL, porque, para ser totalmente correcto, seria T-L. Porém, sendo uma palavra conjunta deveria ser só T). Mas, ao usar-se a sigla F-FDTL, já por si só gera confusão, intencionalmente criada por Alkatiri quando, fazendo uso da sua maioria na Assembleia Constituinte, forçou, à última hora, a introdução de um preâmbulo na Constituição a ser implementada a partir das zero horas do dia 19 para 20 de Maio de 2002.
Aí nasceu a confusão , criada por Alkatiri, porque todos os veteranos das Falintil que não continuaram com as FDTL em Aileu (porque consideraram que as Falintil já tinham cumprido a sagrada missão de libertação da Pátria), sob o ponto de vista timorense, ficaram confusos sem perceber quem seria agora das Falintil e quem não seria.
A falta de respeito do governo de Alkatiri por estes veteranos, que optaram por ficar de fora das novas Forças de Defesa, contribuiu para um ambiente de “podridão” política com o qual as F-FDTL não souberam lidar.
E Roque Rodrigues, ‘pau-mandado’ de Alkatiri, fomentou ainda mais toda esta confusão usando a sua “arma” do materialismo dialéctico revolucionário.
A luta pelo poder entre Alkatiri e Rogério Lobato agravou mais ainda a situação e foi, precisamente, Alkatiri quem explorou toda esta conjuntura em benefício próprio. Primeiro, Alkatiri reviveu a situação de Catembe, quando, em 1977, Rogério Lobato atacou Alkatiri e Leonel de Andrade (grande amigo e camarada do Roque Rodrigues, ambos de Goa), armado de catana e quase cortou o pescoço do camarada Leonel.
Alkatiri e Roque posicionam-se unidos contra o Rogério Lobato.
Foi por isso que a crise política alastrou, no seio dos militares, com Roque Rodrigues constante e diariamente a influenciar o Ruak. Roque vangloriava-se até, perante toda a gente, de que ele, como ministro da Defesa, tomava diariamente o pequeno-almoço com Brigadeiro Ruak, o que era verdade pois Roque andava sempre ‘pendurado’ às fardas do Brigadeiro Ruak.
Falintil-FDTL é até, e ainda, uma instituição política, pois 'Falintil' é, por definição teórica e ideológica, uma instituição política criada sob a utopia de ser o braço armado da Fretilin, mas só da ala marxista-leninista do Comité Central, um sentimento nutrido por Roque Rodrigues, membro do CCF e Comissário do Departamento da Organização Política e Ideológica do CCF.
Por isso, criou a crise com Alkatiri e contra o Rogério…
14 de Junho de 2008 23:40
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