Está a decorrer no blogue http://www.timorlorosaenacao.blogspot.com o debate suscitado por um comentário de Margarida (apoiante de Mari Alkatiri) à volta da "carta" atribuída a Abílio Mausoko, na qual Mausoko acusa Xanana de estar por detrás do conflito de 2006. Por isso, vale a pena reler a intervenção de Maria (apoiante de Xanana) na caixa de comentário da postagem «Quem leva a carta a Maria?», 13/0/2008. Afinal quem é Mausoko?
Maria disse...
Ainda sobre a viagem de Alkatiri e Loro Horta para Ataúro…
Loro Horta defende um governo de grande inclusão e parece acreditar que tal governo irá “domesticar” e civilizar os políticos e partidos timorenses. Acha então que eles se têm portado assim tão mal, senhor Loro Horta?
Os resultados obtidos pelo actual Governo
O IV Governo Constitucional, em menos de quatro meses, preparou dois orçamentos, sendo um transitório e outro para o ano em curso. Trabalhou ainda, em conjunto com o Parlamento, para alterar o ano fiscal e financeiro (1 Julho a 30 de Junho) para o ano civil (1 de Janeiro a 31 de Dezembro). O processo de aprovação de ambos os orçamentos passou, pela primeira vez na democracia timorense, por um debate exaustivo - o orçamento transitório foi debatido durante três dias e o do ano corrente durante dez dias! Um orçamento e programa de cerca de 100 páginas, sensivelmente o dobro dos orçamentos do Governo Alkatiri, que nem chegavam a ser debatidos - os camaradas votavam, de ‘braço no ar’, e estava aprovado!
Este Governo já conseguiu mudar os ‘deslocados internos’ do Hospital Nacional Guido Valadares para o subúrbio de Becora. Deslocados estes, quase todos de Baucau e Becora, uma zona onde eclodiu a maior violência em 2006 e onde ocorreu o tiroteio das F-FDTL com o major Alfredo Reinado. Conseguiu-se efectuar reuniões com a população local, dialogar com todos, por vários dias, com a participação activa das PNTL e F-FDTL, e conseguiu-se o consenso necessário para avançar com o processo de acolhimento, deste grupo de deslocados (oriundos de Baucau), pela população de Becora. O Governo conseguiu realojar também os ‘deslocados internos’ que ocupavam o jardim Borja da Costa em Ermera, sua região de origem. Todas as semanas, saem famílias dos campos de deslocados e regressam aos seus locais de residência, já seguros de que não irão encarar problemas. Naturalmente, é um processo que leva tempo mas estamos a trabalhar com grande determinação e com resultados encorajadores.
Outra meta deste Governo, que já foi alcançada, era a concentração de todos os peticionários em Díli. Já foram realizadas reuniões com eles para reflectir em conjunto sobre as reais opções e soluções para os seus problemas.
Este Governo, em total sintonia com o Parlamento e a Presidência da República, geriu as consequências do golpe de Estado de 11 de Fevereiro com uma disciplina e responsabilidade extraordinárias, evitando a ocorrência de quaisquer consequências nefastas à vida da população e do Estado.
A operação conjunta PNTL/F-FDTL não só recuperou o prestígio destas duas importantes instituições, mas também, demonstrou uma nova capacidade de intervenção, isenta de qualquer interferência política e partidária ou de qualquer ministro. Só a liderança colectiva dos dois comandos, que efectuaram um trabalho digno e difícil, com o apoio do Governo, permitiu o sucesso total da operação, tão desejado como merecido pelo povo. E tudo isso, sem disparar uma única bala!...
Gerir, desta forma, a grave crise de um Estado de apenas seis anos de idade, não será motivo de orgulho para os timorenses e amigos de Timor, senhor Loro Horta?
Todas estas questões são, para o senhor, mesquinhas e sem interesse nacional? Poderão estas medidas ser obra de um Primeiro-Ministro que, nas suas palavras, era um indisciplinado no mato?!
Analise bem antes de escrever e deixe de ser um 'pau mandado' dos camaradas ‘alkatiris’! Não é verdade que a sua mãe foi presa por Alkatiri, em Maputo, quando você estava quase para nascer? A sua mãe também era ‘indisciplinada’? Em que sentido? Pense bem e analise tudo isso.
Xanana odeia o Lobato? Gente de Xanana matou familiares do Lobato e queimou as mulheres e crianças, familiares do Rogério Lobato em 2006 ??? Esta merece o prémio de “maior asneira do ano” senhor Loro Horta. António Lobato, marido e pai da senhora e crianças queimadas, era um dos apoiantes dos peticionários. Pense lá bem, quem teria razões para o odiar naquela altura?...
A Raiz da Crise
Mari Alkatiri, durante a crise de 2006, já confessava a muitos que suspeitava do Rogério Lobato e já não confiava nele, mas não tinha coragem de o retirar de Ministro do Interior. Tentou tirar Rogério do elenco governamental, na reestruturação do seu governo, mas Rogério ameaçou Alkatiri e este foi obrigado a ceder e a mantê-lo no Governo.
Alkatiri acusou insistentemente Rogério Lobato de estar por detrás dos peticionários, sobretudo depois de Alkatiri dar ordens a Rogério Lobato para reforçar o Palácio do Governo, durante a manifestação dos peticionários, quando ainda detinha o controlo da PNTL, e Rogério não acatou a ordem. Essa atitude levou Alkatiri a suspeitar ainda mais que Rogério Lobato estaria por detrás dos peticionários e decidiu começar a dar ordens directas ao Comandante da PNTL, “passando por cima” do seu ministro Rogério Lobato.
E o jogo politico destes dois senhores, Loro Horta, não tem nada a ver com a própria Fretilin, muito menos com a Igreja, com Xanana ou outros. Só eles dois conhecem as razões de todas estas jogadas e ‘facadas’ por trás. É luta pelo poder sim, mas dentro do próprio Partido! E aí, Alkatiri não permitiu, nem permitirá, que Rogério Lobato o ultrapasse, custe o que custar.
É, pois, esta a raiz da crise de 2006, senhor Loro Horta. Alkatiri não detém uma sólida base de apoio no Partido e sempre viu Rogério Lobato como uma grande ameaça ao seu controlo do Partido. Aproveitou a questão dos peticionários para desacreditar o seu adversário politico número um - Rogério Lobato. Começou a “minar” a confiança das F-FDTL afirmando que Rogério controlava a polícia e que estava por detrás dos peticionários, convencendo ainda o Comando das F-FDTL a intervir no plano civil.
Desacreditou todos os apoiantes ligados ao Rogério, deixando-o arcar, sozinho, com as culpas do Rai Lós. A intervenção das F-FDTL no plano civil, foi o certificado final de incompetência para o ministro Rogério Lobato, dado por Alkatiri, com o estatuto de ‘perigoso para a nação’.
Alkatiri conseguiu libertar-se, em parte, das ambições do seu adversário político. Mas não lhe bastava. Alkatiri queria consolidar o golpe à Mahatir, e pôs o seu segundo homem na prisão de Becora. Só que Rogério Lobato vai sair um dia e, mesmo na Malásia ( é na Malásia que está agora o Rogério, operando também politicamente, acompanhando o renascer do ex-prisioneiro de Mahatir), Rogério ainda poderá desafiar o Alkatiri publicamente para o controlo do poder no Partido. É este o pesadelo de Alkatiri.
O seu azar é que, após ter posto o Rogério e Mau Soko na prisão de Becora , recuperando assim o poder no Governo, por castigo de Deus, Xanana entrou na cena política, sendo este muito mais difícil de eliminar. Com Xanana será muito mais difícil para Alkatiri manipular o Comando das F-FDTL, porque a solidariedade da guerrilha é um fenómeno sagrado. Silencioso, mas sólido!
Senhor Loro Horta, faça a sua pesquisa académica com integridade e deixe de escrever fantasias e de ser papagaio de Alkatiri e sua clique.
Alkatiri terá ainda que explicar bem ao Rogério Lobato, porque mandou prender o polícia Abílio Mausoko, homem de confiança total do Rogério Lobato, armando-lhe uma cilada. Abílio Mausoko esteve reunido com Alkatiri, em casa dele, saiu e recebeu do sobrinho do Alkatiri um envelope. Dirigiu-se então para o Restaurante Esplanada para se encontrar com José Teixeira, o ‘pau mandado’ de Alkatiri. Entretanto, Alkatiri telefonou ao então PM e Ministro da Defesa, Ramos-Horta, exigindo que o Ministro mandasse imediatamente as Forças Australianas prenderem Mausoko no Esplanada. E as forças internacionais, obedecendo à chamada, foram lá e prenderam o Mausoko. E este nem sequer suspeitava que tinha sido o próprio Alkatiri a dar ordem para o prenderem, no Hotel Esplanada, logo depois de o mandar ir ao encontro de José Teixeira…
Diálogo é sempre necessário, em todas as circunstâncias. Mas Diálogo de Ataúro? Só se for, entre Alkatiri e Rogério e que Alkatiri explique bem ao Rogério porque razão fez o que fez.
Faça as suas pesquisas académicas como deve ser , senhor Loro Horta, para não se deixar enredar na teia ‘alkatirista’!
Alkatiri tem medo de Rogério e de Mausoko. Por isso lhe pediu para o levar para Ataúro.
Mas, sempre é preferível Ataúro do que Santa Cruz!
P.S. Tudo isto é um assunto muito sério, verdades que o tempo se encarregará de pôr a claro. E não há aqui racismo, nem colonialismo, nem medo!
14 de Maio de 2008 23:14
http://www.timorlorosaenacao.blogspot.com
Maria disse...
Ainda sobre a viagem de Alkatiri e Loro Horta para Ataúro…
Loro Horta defende um governo de grande inclusão e parece acreditar que tal governo irá “domesticar” e civilizar os políticos e partidos timorenses. Acha então que eles se têm portado assim tão mal, senhor Loro Horta?
Os resultados obtidos pelo actual Governo
O IV Governo Constitucional, em menos de quatro meses, preparou dois orçamentos, sendo um transitório e outro para o ano em curso. Trabalhou ainda, em conjunto com o Parlamento, para alterar o ano fiscal e financeiro (1 Julho a 30 de Junho) para o ano civil (1 de Janeiro a 31 de Dezembro). O processo de aprovação de ambos os orçamentos passou, pela primeira vez na democracia timorense, por um debate exaustivo - o orçamento transitório foi debatido durante três dias e o do ano corrente durante dez dias! Um orçamento e programa de cerca de 100 páginas, sensivelmente o dobro dos orçamentos do Governo Alkatiri, que nem chegavam a ser debatidos - os camaradas votavam, de ‘braço no ar’, e estava aprovado!
Este Governo já conseguiu mudar os ‘deslocados internos’ do Hospital Nacional Guido Valadares para o subúrbio de Becora. Deslocados estes, quase todos de Baucau e Becora, uma zona onde eclodiu a maior violência em 2006 e onde ocorreu o tiroteio das F-FDTL com o major Alfredo Reinado. Conseguiu-se efectuar reuniões com a população local, dialogar com todos, por vários dias, com a participação activa das PNTL e F-FDTL, e conseguiu-se o consenso necessário para avançar com o processo de acolhimento, deste grupo de deslocados (oriundos de Baucau), pela população de Becora. O Governo conseguiu realojar também os ‘deslocados internos’ que ocupavam o jardim Borja da Costa em Ermera, sua região de origem. Todas as semanas, saem famílias dos campos de deslocados e regressam aos seus locais de residência, já seguros de que não irão encarar problemas. Naturalmente, é um processo que leva tempo mas estamos a trabalhar com grande determinação e com resultados encorajadores.
Outra meta deste Governo, que já foi alcançada, era a concentração de todos os peticionários em Díli. Já foram realizadas reuniões com eles para reflectir em conjunto sobre as reais opções e soluções para os seus problemas.
Este Governo, em total sintonia com o Parlamento e a Presidência da República, geriu as consequências do golpe de Estado de 11 de Fevereiro com uma disciplina e responsabilidade extraordinárias, evitando a ocorrência de quaisquer consequências nefastas à vida da população e do Estado.
A operação conjunta PNTL/F-FDTL não só recuperou o prestígio destas duas importantes instituições, mas também, demonstrou uma nova capacidade de intervenção, isenta de qualquer interferência política e partidária ou de qualquer ministro. Só a liderança colectiva dos dois comandos, que efectuaram um trabalho digno e difícil, com o apoio do Governo, permitiu o sucesso total da operação, tão desejado como merecido pelo povo. E tudo isso, sem disparar uma única bala!...
Gerir, desta forma, a grave crise de um Estado de apenas seis anos de idade, não será motivo de orgulho para os timorenses e amigos de Timor, senhor Loro Horta?
Todas estas questões são, para o senhor, mesquinhas e sem interesse nacional? Poderão estas medidas ser obra de um Primeiro-Ministro que, nas suas palavras, era um indisciplinado no mato?!
Analise bem antes de escrever e deixe de ser um 'pau mandado' dos camaradas ‘alkatiris’! Não é verdade que a sua mãe foi presa por Alkatiri, em Maputo, quando você estava quase para nascer? A sua mãe também era ‘indisciplinada’? Em que sentido? Pense bem e analise tudo isso.
Xanana odeia o Lobato? Gente de Xanana matou familiares do Lobato e queimou as mulheres e crianças, familiares do Rogério Lobato em 2006 ??? Esta merece o prémio de “maior asneira do ano” senhor Loro Horta. António Lobato, marido e pai da senhora e crianças queimadas, era um dos apoiantes dos peticionários. Pense lá bem, quem teria razões para o odiar naquela altura?...
A Raiz da Crise
Mari Alkatiri, durante a crise de 2006, já confessava a muitos que suspeitava do Rogério Lobato e já não confiava nele, mas não tinha coragem de o retirar de Ministro do Interior. Tentou tirar Rogério do elenco governamental, na reestruturação do seu governo, mas Rogério ameaçou Alkatiri e este foi obrigado a ceder e a mantê-lo no Governo.
Alkatiri acusou insistentemente Rogério Lobato de estar por detrás dos peticionários, sobretudo depois de Alkatiri dar ordens a Rogério Lobato para reforçar o Palácio do Governo, durante a manifestação dos peticionários, quando ainda detinha o controlo da PNTL, e Rogério não acatou a ordem. Essa atitude levou Alkatiri a suspeitar ainda mais que Rogério Lobato estaria por detrás dos peticionários e decidiu começar a dar ordens directas ao Comandante da PNTL, “passando por cima” do seu ministro Rogério Lobato.
E o jogo politico destes dois senhores, Loro Horta, não tem nada a ver com a própria Fretilin, muito menos com a Igreja, com Xanana ou outros. Só eles dois conhecem as razões de todas estas jogadas e ‘facadas’ por trás. É luta pelo poder sim, mas dentro do próprio Partido! E aí, Alkatiri não permitiu, nem permitirá, que Rogério Lobato o ultrapasse, custe o que custar.
É, pois, esta a raiz da crise de 2006, senhor Loro Horta. Alkatiri não detém uma sólida base de apoio no Partido e sempre viu Rogério Lobato como uma grande ameaça ao seu controlo do Partido. Aproveitou a questão dos peticionários para desacreditar o seu adversário politico número um - Rogério Lobato. Começou a “minar” a confiança das F-FDTL afirmando que Rogério controlava a polícia e que estava por detrás dos peticionários, convencendo ainda o Comando das F-FDTL a intervir no plano civil.
Desacreditou todos os apoiantes ligados ao Rogério, deixando-o arcar, sozinho, com as culpas do Rai Lós. A intervenção das F-FDTL no plano civil, foi o certificado final de incompetência para o ministro Rogério Lobato, dado por Alkatiri, com o estatuto de ‘perigoso para a nação’.
Alkatiri conseguiu libertar-se, em parte, das ambições do seu adversário político. Mas não lhe bastava. Alkatiri queria consolidar o golpe à Mahatir, e pôs o seu segundo homem na prisão de Becora. Só que Rogério Lobato vai sair um dia e, mesmo na Malásia ( é na Malásia que está agora o Rogério, operando também politicamente, acompanhando o renascer do ex-prisioneiro de Mahatir), Rogério ainda poderá desafiar o Alkatiri publicamente para o controlo do poder no Partido. É este o pesadelo de Alkatiri.
O seu azar é que, após ter posto o Rogério e Mau Soko na prisão de Becora , recuperando assim o poder no Governo, por castigo de Deus, Xanana entrou na cena política, sendo este muito mais difícil de eliminar. Com Xanana será muito mais difícil para Alkatiri manipular o Comando das F-FDTL, porque a solidariedade da guerrilha é um fenómeno sagrado. Silencioso, mas sólido!
Senhor Loro Horta, faça a sua pesquisa académica com integridade e deixe de escrever fantasias e de ser papagaio de Alkatiri e sua clique.
Alkatiri terá ainda que explicar bem ao Rogério Lobato, porque mandou prender o polícia Abílio Mausoko, homem de confiança total do Rogério Lobato, armando-lhe uma cilada. Abílio Mausoko esteve reunido com Alkatiri, em casa dele, saiu e recebeu do sobrinho do Alkatiri um envelope. Dirigiu-se então para o Restaurante Esplanada para se encontrar com José Teixeira, o ‘pau mandado’ de Alkatiri. Entretanto, Alkatiri telefonou ao então PM e Ministro da Defesa, Ramos-Horta, exigindo que o Ministro mandasse imediatamente as Forças Australianas prenderem Mausoko no Esplanada. E as forças internacionais, obedecendo à chamada, foram lá e prenderam o Mausoko. E este nem sequer suspeitava que tinha sido o próprio Alkatiri a dar ordem para o prenderem, no Hotel Esplanada, logo depois de o mandar ir ao encontro de José Teixeira…
Diálogo é sempre necessário, em todas as circunstâncias. Mas Diálogo de Ataúro? Só se for, entre Alkatiri e Rogério e que Alkatiri explique bem ao Rogério porque razão fez o que fez.
Faça as suas pesquisas académicas como deve ser , senhor Loro Horta, para não se deixar enredar na teia ‘alkatirista’!
Alkatiri tem medo de Rogério e de Mausoko. Por isso lhe pediu para o levar para Ataúro.
Mas, sempre é preferível Ataúro do que Santa Cruz!
P.S. Tudo isto é um assunto muito sério, verdades que o tempo se encarregará de pôr a claro. E não há aqui racismo, nem colonialismo, nem medo!
14 de Maio de 2008 23:14
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