Morgan Tsvangirai refugia-se na embaixada da Holanda
Decisão de abandonar a corrida presidencial foi apoiada pela Grã-Bretanha
O líder da Oposição no Zimbabué refugiou-se na embaixada da Holanda em Harare, mas não pediu asilo, informou o porta-voz do ministro holandês dos Negócios Estrangeiros. Em entrevista à CNN, Tsvangirai exigiu a anulação do escrutínio.
A decisão do líder do Movimento para a Mudança Democrática (MDC) foi tomada após actos de violência provocados por alegados apoiantes do presidente Robert Mugabe.
Várias pessoas, com barras de ferro e outras armas, invadiram o estádio para onde estava marcado um comício do MDC e atacaram simpatizantes de Tsvangirai e jornalistas. As equipas de observadores eleitorais foram ainda obrigadas a abandonarem o local.
Pouco depois, Tsvangirai informava que se afasta da corrida para evitar mais violência e mortes. “Duzentas mil pessoas foram deslocadas, mais de 86 simpatizantes do MDC foram mortos, mais de 20 mil habitações foram queimadas e mais de 10 mil pessoas ficaram feridas numa orgia de violência”, disse o líder da Oposição.
"É preciso intervir para garantir que as eleições sejam declaradas nulas"
Esta segunda-feira, ao telefone com a estação norte-americana CNN, Morgan Tsvangirai afirmou que é preciso organizar "um novo escrutínio especial (...) numa atmosfera livre e justa".
"A segunda coisa é garantir que a comunidade internacional, dirigida pela União Africana e apoiada pela ONU, consiga uma espécie de acordo negociado que permita uma espécie de transição e fiscalize a sua concretização".
Eleições vão acontecer de qualquer forma
O ministro da Justiça do Zimbabué, Patrick Chinamasa, afirmou que o anúncio de Tsvangirai foi um estratagema, uma vez que o líder da Oposição não enviou qualquer comunicado oficial sobre a desistência. “Esta é a 11ª vez que Tsvangirai ameaça retirar-se da corrida presidencial e por todas as vezes pedi para que colocasse a intenção por escrito”, disse.
Por esta razão, as autoridades do Zimbabué justificam a intenção em manter inalterada a data para a realizações das presidenciais – 27 de Junho.
Em Harare, o chefe da polícia nacional do Zimbabué garantiu que o líder da Oposição "não está em perigo" e que a sua decisão de se refugiar na embaixada holandesa não "é mais do que uma comédia exibicionista destinada a provocar a cólera da comunidade internacional".
Pressão internacional aumenta
As reacções internacionais à situação no Zimbabué não se fizeram esperar, sendo que a voz mais premente foi a da Grã-Bretanha.
O ministro para África disse que a antiga colónia [não seria a antiga potência colonial?] apoiou a decisão de Tsvangirai.
“Os nossos objectivos passam por conseguir em todos os fóruns possíveis o reconhecimento que hoje o presidente Mugabe já não é o líder por direito do país”, disse Mark Malloch Brown.
Os britânicos pretendem isolar ainda mais o presidente do Zimbabué através de mais sanções, quer no Conselho de Segurança das Nações Unidas - que reúne ao final do dia de hoje -, quer através da União Europeia e da União Africana.
As sanções podem passar por bloquear o acesso aos bens dos membros da administração de Mugabe, impedindo ainda que se desloquem para fora do país sem que sejam detidos por violação dos Direitos Humanos.
Alexandre Brito, RTP Online
2008-06-23
Decisão de abandonar a corrida presidencial foi apoiada pela Grã-Bretanha
O líder da Oposição no Zimbabué refugiou-se na embaixada da Holanda em Harare, mas não pediu asilo, informou o porta-voz do ministro holandês dos Negócios Estrangeiros. Em entrevista à CNN, Tsvangirai exigiu a anulação do escrutínio.
A decisão do líder do Movimento para a Mudança Democrática (MDC) foi tomada após actos de violência provocados por alegados apoiantes do presidente Robert Mugabe.
Várias pessoas, com barras de ferro e outras armas, invadiram o estádio para onde estava marcado um comício do MDC e atacaram simpatizantes de Tsvangirai e jornalistas. As equipas de observadores eleitorais foram ainda obrigadas a abandonarem o local.
Pouco depois, Tsvangirai informava que se afasta da corrida para evitar mais violência e mortes. “Duzentas mil pessoas foram deslocadas, mais de 86 simpatizantes do MDC foram mortos, mais de 20 mil habitações foram queimadas e mais de 10 mil pessoas ficaram feridas numa orgia de violência”, disse o líder da Oposição.
"É preciso intervir para garantir que as eleições sejam declaradas nulas"
Esta segunda-feira, ao telefone com a estação norte-americana CNN, Morgan Tsvangirai afirmou que é preciso organizar "um novo escrutínio especial (...) numa atmosfera livre e justa".
"A segunda coisa é garantir que a comunidade internacional, dirigida pela União Africana e apoiada pela ONU, consiga uma espécie de acordo negociado que permita uma espécie de transição e fiscalize a sua concretização".
Eleições vão acontecer de qualquer forma
O ministro da Justiça do Zimbabué, Patrick Chinamasa, afirmou que o anúncio de Tsvangirai foi um estratagema, uma vez que o líder da Oposição não enviou qualquer comunicado oficial sobre a desistência. “Esta é a 11ª vez que Tsvangirai ameaça retirar-se da corrida presidencial e por todas as vezes pedi para que colocasse a intenção por escrito”, disse.
Por esta razão, as autoridades do Zimbabué justificam a intenção em manter inalterada a data para a realizações das presidenciais – 27 de Junho.
Em Harare, o chefe da polícia nacional do Zimbabué garantiu que o líder da Oposição "não está em perigo" e que a sua decisão de se refugiar na embaixada holandesa não "é mais do que uma comédia exibicionista destinada a provocar a cólera da comunidade internacional".
Pressão internacional aumenta
As reacções internacionais à situação no Zimbabué não se fizeram esperar, sendo que a voz mais premente foi a da Grã-Bretanha.
O ministro para África disse que a antiga colónia [não seria a antiga potência colonial?] apoiou a decisão de Tsvangirai.
“Os nossos objectivos passam por conseguir em todos os fóruns possíveis o reconhecimento que hoje o presidente Mugabe já não é o líder por direito do país”, disse Mark Malloch Brown.
Os britânicos pretendem isolar ainda mais o presidente do Zimbabué através de mais sanções, quer no Conselho de Segurança das Nações Unidas - que reúne ao final do dia de hoje -, quer através da União Europeia e da União Africana.
As sanções podem passar por bloquear o acesso aos bens dos membros da administração de Mugabe, impedindo ainda que se desloquem para fora do país sem que sejam detidos por violação dos Direitos Humanos.
Alexandre Brito, RTP Online
2008-06-23
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