Timor-Leste: Salsinha continua em Ermera, nada mudou desde sexta-feira
Díli, 26 Abr (Lusa) - O ex-tenente timorense Gastão Salsinha, que na sexta-feira aceitou render-se às autoridades, permanence em Ermera, na região ocidental de Timor-Leste, numa casa sob controlo das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL).
Díli, 26 Abr (Lusa) - O ex-tenente timorense Gastão Salsinha, que na sexta-feira aceitou render-se às autoridades, permanence em Ermera, na região ocidental de Timor-Leste, numa casa sob controlo das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL).
"A situação não mudou desde sexta-feira. Demos mais um par de dias para a entrega das armas e do resto do grupo", afirmou à Agência Lusa uma fonte que acompanha as negociações.
O ex-líder dos peticionários das Forças Armadas aceitou render-se após reuniões que envolveram a Presidência da República, elementos das forças de segurança timorenses, da Igreja Católica e líderes locais.
"Salsinha não tem as armas mas não as entregou (às autoridades). Não está preso mas concordou em não abandonar a casa onde está instalado", disse hoje uma fonte internacional à Lusa.
Não foi feita nenhuma declaração oficial sobre a situação de Gastão Salsinha nem sobre a data prevista para a concretização do acordo atingido na sexta-feira numa aldeia de Ermera.
Salsinha, líder do grupo rebelde que a 11 de Fevereiro atentou contra a vida do Presidente Ramos-Horta e do primeiro-ministro Xanana Gusmão, concordou "em não deixar a casa onde se encontra, até que o resto dos seus homens se juntem a ele", disse na sexta-feira à Lusa uma fonte oficial da ONU em Timor-Leste .
"A situação é muito parecida com o que aconteceu quando Gastão Salsinha concordou em entregar-se ao Procurador-Geral da República" há cerca de dois meses, comentou aquela fonte, que salientou o papel relevante da Igreja Católica, de políticos locais e da Procuradoria-Geral da República nas negociações com o chefe rebelde.
Até quinta-feira, estavam em prisão preventiva dez elementos do grupo de Gastão Salsinha e do major Alfredo Reinado, arguidos no processo do 11 de Fevereiro.
Angelita Pires, ex-assessora legal e namorada de Alfredo Reinado, está indiciada no mesmo processo, aguardando julgamento em liberdade mas com interdição de se ausentar do país.
Continuavam a monte 13 suspeitos com mandado de captura emitido, incluindo Gastão Salsinha, que lidera o grupo de fugitivos depois da morte do major Reinado no ataque à casa do Presidente José Ramos-Horta.
A operação Halibur de captura do grupo de Salsinha tem estado concentrada no distrito de Ermera.
No seu regresso a Timor-Leste, no passado dia 17, o Presidente da República, José Ramos-Horta, tinha ordenado ao ex-tenente Gastão Salsinha para se entregar e acabar com a sua "aventura".
"Deixe-se de aventuras. A vossa aventura e irresponsabilidade ao longo de meses já custou vidas", afirmou José Ramos-Horta na conferência de imprensa que deu no aeroporto internacional Nicolau Lobato, em Díli, dirigindo-se ao líder dos fugitivos ligados aos ataques de 11 de Fevereiro.
O Presidente fez, na ocasião, uma intervenção emocionada mas dura contra Gastão Salsinha e o major Alfredo Reinado, responsáveis pelos ataques contra José Ramos-Horta e o primeiro-ministro Xanana Gusmão.
José Ramos-Horta ficou gravemente ferido, o major Reinado morreu no ataque e o ex-tenente Salsinha fugiu com um grupo que agora está reduzido a cerca de 15 homens.
PRM.
Lusa/Expresso Online, 26-04-2008
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