Assembleia discute Acordo Ortográfico
Académicos, políticos, escritores, editores e outros intelectuais vão encontrar-se, depois de amanhã, na Assembleia da República, em Lisboa, para debater o polémico Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
O debate é precedido por uma conferência em que intervirão, entre outros, responsáveis das duas instituições que negociaram as bases científicas do acordo (a Academia das Ciencias de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras) e do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, sedeado em Cabo Verde.
Depois da conferência, marcada para as 10.30 horas, segue-se uma audição pública, que será dominada por um confronto entre Vasco Graça Moura, um dos mais conhecidos adversários do acordo, e Carlos Reis, que defende a posição oposta.
O Acordo Ortográfico foi rubricado em 1991 e deveria ter entrado em vigor em 1994, mas apenas três dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe - aprovaram o acordo e os dois protocolos modificativos entretanto estabelecidos ao mais alto nível entre os oito países. No mês passado, o Governo português comprometeu-se a adoptar as medidas adequadas a garantir o necessário processo de transição, no prazo de seis anos, para a aplicação plena das alterações contempladas no acordo, mas para entrar em vigor falta a sua ratificação por parte da Assembleia da República.
Jornal de Notícias, 7/04/2008
_________________________
O meu comentário: O pecado original que deu origem a este imbróglio, e toda a discussão que gera e gira à sua volta, da necessidade da uniformização da norma ortográfica nos países que falam o português ou o tem como língua oficial é Portugal ter-se esquecido, na revisão ortográfica de 1911, que havia um outro país que falava (e fala) e escrevia (e escreve) igualmente português, o Brasil, independente desde 1822. Até a essa data (1911) havia apenas um única norma ortográfica para os dois países irmãos.
Comentários