Paraguai/Eleições: Brasileiros receiam Reforma Agrária a aplicar por presidente Fernando Lugo
** José Peixe, para a agência Lusa **
Assunção, 21 Abr (Lusa) - O novo presidente paraguaio, Fernando Lugo Méndez, eleito domingo, promete levar por diante a Reforma Agrária que tanto agitou a campanha eleitoral, mas os cidadãos brasileiros estão receosos do que possa acontecer.
"Estou feliz pelo facto de ter sido um ex-bispo a vencer as eleições, mas temo que quando ele chegar ao Palácio de López, inicie uma Reforma Agrária que possa pôr em causa muitas famílias de agricultores brasileiros que vivem no Paraguai", afirmou à Lusa o empresário brasileiro Luis Fernando Silva.
"Não podemos esquecer que os milhares de brasileiros que vivem aqui no Paraguai são muito importantes para a economia, a agricultura e o desenvolvimento do país", sublinhou o empresário, natural da Foz do Iguaçú.
Fernando Lugo prometeu aos eleitores que, se fosse eleito presidente do Paraguai, iria "resolver a disputa silenciosa que tem vindo a ganhar corpo e está a ser travada na fronteira com o Brasil, na região de Mato Grosso do Sul".
Têm-se agravado nos últimos tempos os conflitos entre os sem terra paraguaios, plantadores de cannabis, e os chamados "brasiguaios", agricultores do Sul do Brasil que imigraram para o Paraguai e plantam soja, pela posse de terras naquela região.
Nos últimos dias da campanha eleitoral, algumas propriedades de "brasiguaios" foram queimadas pelos plantadores de cannabis na região de Capitán Bado, zona bem conhecida do novo presidente do Paraguai, uma vez que Fernando Lugo foi bispo em San Pedro.
Numa conferência de imprensa na sexta-feira, Fernando Lugo recordou que é "um profundo conhecedor das causas agrárias do Paraguai" e que "as promessas eleitorais são para ser cumpridas".
"Existem três mil índios guaranis desalojados no território paraguaio e a maioria deles está justamente na fronteira do Paraguai com o Estado brasileiro de Mato Grosso do Sul e nós não podemos a ignorar esta situação", afirmou Fernando Lugo.
O ex-bispo católico aproveitou a presença de muitos jornalistas brasileiros para dizer que "a Reforma Agrária que iremos implantar no Paraguai não significa apenas dar terra a quem não a tem".
"Se ganharmos, iremos montar um projecto agrário semelhante ao que está a ser desenvolvido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) no Brasil", explicou o candidato da Aliança Patriótica para a Mudança e presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo.
© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
2008-04-21 11:04:55
** José Peixe, para a agência Lusa **
Assunção, 21 Abr (Lusa) - O novo presidente paraguaio, Fernando Lugo Méndez, eleito domingo, promete levar por diante a Reforma Agrária que tanto agitou a campanha eleitoral, mas os cidadãos brasileiros estão receosos do que possa acontecer.
"Estou feliz pelo facto de ter sido um ex-bispo a vencer as eleições, mas temo que quando ele chegar ao Palácio de López, inicie uma Reforma Agrária que possa pôr em causa muitas famílias de agricultores brasileiros que vivem no Paraguai", afirmou à Lusa o empresário brasileiro Luis Fernando Silva.
"Não podemos esquecer que os milhares de brasileiros que vivem aqui no Paraguai são muito importantes para a economia, a agricultura e o desenvolvimento do país", sublinhou o empresário, natural da Foz do Iguaçú.
Fernando Lugo prometeu aos eleitores que, se fosse eleito presidente do Paraguai, iria "resolver a disputa silenciosa que tem vindo a ganhar corpo e está a ser travada na fronteira com o Brasil, na região de Mato Grosso do Sul".
Têm-se agravado nos últimos tempos os conflitos entre os sem terra paraguaios, plantadores de cannabis, e os chamados "brasiguaios", agricultores do Sul do Brasil que imigraram para o Paraguai e plantam soja, pela posse de terras naquela região.
Nos últimos dias da campanha eleitoral, algumas propriedades de "brasiguaios" foram queimadas pelos plantadores de cannabis na região de Capitán Bado, zona bem conhecida do novo presidente do Paraguai, uma vez que Fernando Lugo foi bispo em San Pedro.
Numa conferência de imprensa na sexta-feira, Fernando Lugo recordou que é "um profundo conhecedor das causas agrárias do Paraguai" e que "as promessas eleitorais são para ser cumpridas".
"Existem três mil índios guaranis desalojados no território paraguaio e a maioria deles está justamente na fronteira do Paraguai com o Estado brasileiro de Mato Grosso do Sul e nós não podemos a ignorar esta situação", afirmou Fernando Lugo.
O ex-bispo católico aproveitou a presença de muitos jornalistas brasileiros para dizer que "a Reforma Agrária que iremos implantar no Paraguai não significa apenas dar terra a quem não a tem".
"Se ganharmos, iremos montar um projecto agrário semelhante ao que está a ser desenvolvido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) no Brasil", explicou o candidato da Aliança Patriótica para a Mudança e presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo.
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2008-04-21 11:04:55
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