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12 de Novembro - 23º aniversário: discurso do Presidente do Parlamento Nacional

Vicente Guterres começou a seu discurso recordando os jovens que há vinte e três anos enfrentaram os soldados indonésios e dos vitimados desse fatídico dia, quando se ouviu na assistência algumas vozes a levantarem-se contra a atribuição de pensão vitalícia aos ex-titulares de órgão de soberania. O Presidente do Parlamento virando-se para esse punhado de jovens - que empunhavam também alguns cartazes e panos com várias palavras de ordem, tais com 'Abaixo a Pensão Vitalícia', etc. - encarou-os olhos nos olhos, continuou a sua intervenção e disse: «Os problemas que os meus irmãos estão a levantar [a pensão vitalícia] são muito interessantes, mas pensem bem, eu neste momento não sou ex [-titular]. Vós quereis retirar [a pensão vitalícia] a todos, então vamos retirar a pequena contribuição [mensal] que nós atribuímos ao nosso irmão mais velho Lu Olo, o primeiro ex-Presidente do Parlamento Nacional, que dedicou a sua vida inteira durante os vinte e quatro anos para a Luta. [Lu Olo esteve a combater 24 anos ininterrupto na Resistência Armada.] E, também, se quereis retirar, se vós quereis acabar com a pensão vitalícia, está aqui também o nosso irmão mais velho Mari Alkatiri. À vossa vontade! O nosso ex-Presidente da República [Ramos Horta] está aqui também, assim como o meu colega Gregório Saldanha, ex-deputado. Silahkan! [À vontade!]. Silahkan! [À vontade]. Mas [pausa - enquanto se ouvia algum burburinho vindo dos manifestantes], mas [pausa], mas [pausa], eu quero que enfrentemos a situação com cabeça fria. Eu acho que eles merecem [a pensão mensal vitalícia]. Se eu não receber [mais tarde a pensão vitalícia], não faz mal. Mas temos que ter consideração por aqueles que deram a sua vida [para que este país tornasse livre e independente] e contribuíram com o seu trabalho [ao serviço do Estado], nós não vamos mandá-los [morar] para debaixo da ponte. Isso, nunca!» Entretanto, ouviu-se gritar também 'Justiça', respondendo directamente aos manifestantes, o Presidente do Parlamento disse: «Justiça imparcial, todos nós desejamos. Justiça é um combate diário, uma conquista diária. Justiça não aparece de um dia para outro. Por isso, peço-vos muito, temos um enorme desafio pela frente  contra as companhias petrolíferas que são  muito fortes, de países igualmente muito fortes, para pegarmos em coisas que são pormenores para nós nos dividirmos, porque é um enorme desafio e um grande perigo para a nossa integridade territorial, para o nosso interesse nacional e para a nossa soberania nacional. Neste ponto temos que estar unidos. Por isso, tenham muito cuidado, jovens. Porque [os estrangeiros] hão de pegar em coisas pequeninas [como manobra de diversão] para nos dividir para esquecermos do [grande] problema que é a nossa integridade [territorial - a questão da delimitação da fronteira marítima com a Austrália] e da nossa independência como nação Timor-Leste.»

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