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Pregos imorais no caixão português

Transcrevi - para partilhar convosco um ponto de vista interessante sobre a perseguição tenaz e cega da ministra aos professores - o parágrafo 5 do comentário «Pregos imorais no caixão português» (12/01/2009), do blogue PALAVROSSAVRVS REX, relativo a sanha do ME em descaracterizar e destruir a profissão docente e a escola pública.

«5. Para que se possa distribuir ainda mais benesses, sinecuras e reformas milionárias aos amigos do pito é que se faz uma feroz perseguição a uma classe profissional cara aos cofres destinadinhos do Estado, daí que os professores vão resistindo e reorganizando: realizam amanhã nas escolas uma "jornada de reflexão e luta" em torno da avaliação e a revisão do Estatuto da Carreira Docente (ECD), discutindo ainda formas de dar continuidade aos protestos contra a política-Fax do Governo para a Educação, cheia de violências intoleráveis e espiritualmente tóxicas. A iniciativa foi agendada pela Plataforma Sindical de Professores, que reúne onze estruturas do sector, e realiza-se seis dias antes de uma greve nacional de docentes (19 Janeiro), data em que se assinalam dois anos sobre a publicação em Diário da República do ECD, aliás na senda traiçoeira com que o ME despachou e promulgou infinita documentação nas costas dos professores àquela velocidade estonteante que nem permite que se perceba o alcance sinistro, para a docência e para a memória histórica, identidade e brio do País, de uma enxurrada de medidas mal amanhadas. Os professores e as escolas converteram-se para este governo numa Faixa de Arrasa a bombardear e a invadir. Pisoteados e humilhados repetidamente por um ME demencial súbdito de um Ego Louco, só lhes resta a intifada de, entre amargurados reformados e desertores amargurados da docência, resistir até à morte.»

Não resisto também de trancrever o parágrafo 2 de uma outra postagem «Da irresponsabilidade nacional» (13/01/200), do mesmo blogue PALAVROSSAVRUVS REX, que faz um resumo sucinto, mas muito completo, da política predadora deste governo, traduzida na insensibilidade social e humana, que pisoteia tudo e todos inclusive as competências do Presidente da República consagradas na Constituição.

2. Que Cavaco só acordou para a cilada quando se viu ele mesmo insultado, atropelado, reduzido à insignificância, enlameado por insinuações relativas ao BPN, enlameado mesmo pela forma como Dias Loureiro, esse insígne milionário da política, se lhe colou, isso é nítido. Para os manobradores mafiosos e sem escrúpulos que por enquanto nos pastoreiam pareceria que o PR ficaria sitiado, confinado a um silêncio conveniente para deixar passar as tropelias que já se detectam e verificam subreptícias, nos Media, nas opiniões. Antes disso, o clamor dos professores não estava a ser escutado pelo PR. Nenhuma instituição da República estava a ser sensível e atenta a um clamor fundamentado, justíssimo, urgente. Cento e cinquenta seres humanos pelas ruas em indignação grossa não foram levados em linha por uma PR ainda crédula e ingénua com a gente falsária sem escrúpulos com a qual cooperava estrategicamente. Foi perante a ruptura que representou a desautorização presidencial nos pontos polémicos do novo EPA dos Açores que seis movimentos de professores convocam agora uma manifestação para o dia 24 de Janeiro, em frente ao Palácio de Belém, em Lisboa, para sensibilizar Cavaco Silva para o "clima de perturbação" que o modelo de avaliação de desempenho "está a provocar nas escolas". "Estamos convictos de que o Presidente da República terá uma palavra a dizer. Temos a expectativa de que possa ajudar a resolver este conflito, já que o Governo tem-se mostrado intransigente nas questões fundamentais", afirmou hoje Octávio Gonçalves, do Movimento Promova. De acordo com o coordenador deste movimento, os docentes pretendem ainda alertar o Chefe de Estado para os aspectos "mais gravosos" do modelo de avaliação do Ministério da Educação e apresentar a Cavaco Silva as suas "justas" reivindicações, durante uma audiência que irão solicitar para o mesmo dia. Mais do que isso, há a denunciar processos de actuação inéditos num estado de direito, e tão graves e chocantes que mereceriam um contágio de indignação nacional. Pelos frutos os conhecereis. Este governo e o seu ME já mostraram que são o refugo do refugo em qualidade humanística e respeito pela lei e pela constituição. Daí que não seja de estranhar que circulem pela net sóbrios e sérios resumos da actuação de um governo onde a mentira nunca é a excepção, um deles reza isto: «Quando este governo tomou posse, deram-lhe um estado de graça, que ele aproveitou para: - Aumentar o IVA, mesmo depois de ter prometido que não aumentaria impostos;- Aumentar a idade da reforma, apesar de ter prometido que o não faria;- Congelar as carreiras de alguns sectores da Função Pública. O povo continuou adormecido. Depois, provou-se que o Primeiro-Ministro falsificou documentos daAssembleia da República para que o tratassem por Engenheiro, que tirou um curso de Engenharia sem ir às aulas, enviando trabalhos por fax, e que, enquanto recebia um subsídio de exclusividade, assinava projectos. O povo mostrou-se indiferente, achando que, se ele queria que o tratassem por Engenheiro, era lá com ele. De seguida, decidiu fechar escolas e urgências; a população começou a despertar e o ministro da saúde foi demitido, mas a política continuou. Posteriormente, vieram as aulas de substituição gratuitas e a responsabilização dos professores pelo insucesso dos alunos. Os professores acordaram e os tribunais deram-lhes razão na ilegalidade das aulas de substituição não remuneradas. Depois veio o Estatuto da Carreira Docente, que dividia os professores em duas categorias, sem qualquer análise de mérito, e impedia que dois terços dos professores atingissem o topo da carreira. Os professores ficaram atordoados e a Ministra aproveitou para esticara corda ainda mais, tratando os docentes por "professorzecos" e criando um modelo de avaliação que ela própria considerou"burocrático, injusto e inexequível" e que prejudica os professores que faltassem por nojo, licença de paternidade, greve ou doença. Aí os professores indignaram-se e vieram para a rua. O Governo e os sindicatos admiraram-se com a revolta dos professores e apressaram-se a firmar um entendimento que adiava a avaliação. No ano lectivo seguinte, os professores foram torturados com osuplício de pôr a andar um monstro, cavando a sua própria sepultura. Em todas as escolas, começou a verificar-se que esse monstro não tinha pernas para andar. Os professores começaram a pedir a suspensão doprocesso e marcaram uma manifestação para o dia 15 de Novembro. Os sindicatos viram o descontentamento geral e marcaram outra manifestação para o dia 8 de Novembro. Os professores mobilizaram-se e a Ministra tremeu… Os alunos aprenderam com os professores o direito à indignação e aperceberam-se de que o seu estatuto também era injusto, porque penalizava as faltas por doença, e começaram a manifestar-se. A Ministra percebeu que tinha de aliar-se aos alunos e cedeu nas faltas, culpando os professores pela interpretação da lei. Conseguiu mesmo alterar sozinha uma lei aprovada pela Assembleia da República perante os mudos parlamentares. O ambiente na Escola tornou-se tão insustentável que a Ministra deixou de ter coragem de visitar escolas. Então, decidiu alterar novamente o seu modelo, sem o acordo de ninguém, pois só ela não entende que está a mais no Governo, defendendo um modelo que sabe que é errado, só para não dar o braço a torcer (lembrando a teimosia de Paulo Bento [treinador do Sporting] que, para afirmar o seu poder, prefere perder). Se fizesse uma auto-avaliação, percebia que está tão isolada que até o representante das associações de pais, aliado de outras batalhas, tomou consciência do que estava em causa. Agora, o Secretário de Estado Adjunto vem dizer que a Lei é para cumprir. Mas qual Lei? A da Ministra que não respeita os tribunais, que altera as leis da Assembleia da República a seu belo prazer, que manda repetir exames, mesmo sabendo que é inconstitucional, que penaliza os professores pelo direito à greve e às faltas por nojo, por doença ou por licença de paternidade? Quem deixou de cumprir a Lei foi a Ministra e o Governo. Lembram-se de alguém que fumou ilegalmente num avião, afirmando que desconhecia uma Lei imposta por si? É o mesmo que vem dizer que nem ele está acima da Lei. Já que a Comunicação Social está instrumentalizada e não há oposição firme, o povo devia seguir a lição dos professores e manifestar-se: - Contra o elevado preço dos combustíveis, uma vez que o preço do petróleo desceu para um terço do que custava há meses e em Portugal os combustíveis ainda só desceram cerca de 20%; - Contra os elevados salários de gestores de empresas públicas que dão prejuízo; - Contra a entrega de computadores "Magalhães" que depois têm de ser devolvidos, como quem tira doces a crianças; - Contra o financiamento público de bancos que exploram os clientes com elevados juros; - Contra as listas de espera na saúde; - Contra as portagens nas SCUT; - Contra a criminalidade e a insegurança que se vive em Portugal; - Contra as elevadas taxas de desemprego; - Contra o desvio do dinheiro de impostos para o TGV; - Contra as mentiras. Se os Portugueses acordarem e seguirem o exemplo dos professores, os governantes deixarão de se "governar" e passarão a defender o interesse das pessoas. NOTA: Apenas faço um alerta. O exemplo da Grécia é de seguir mas com boa pontaria aos verdadeiros objectivos. Os inocentes que têm montras para a rua e os carros estacionados junto ao passeio não são os culpados do mal estar geral. É preciso apontar aos verdadeiros causadores desta bagunça, os tachistas do Governo, da AR e os seus amigos e apaniguados. Vamos a eles».
in
http://joshuaquim7.blogspot.com/

Remodelado em 13/01/2009

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