É opinião generalizada entre os
veteranos que a judicatura timorense está a ser capturada por filhos de
defensores da política de ‘integração na grande Indonésia’ e da ‘autonomia’
dentro da República da Indonésia, derrotada no referendo de 30 de Agosto de
1999. Controlam todo o aparelho da justiça, dizem alguns veteranos, desde o
Ministério Público a magistratura judicial. Contam-se pelos dedos de uma mão os
operadores de justiça que militaram na Resistência, que faziam parte da
Resistência clandestina. Tudo o mais era contra a Independência deste país.
Foram admitidos pela UNTAET, pelas Nações Unidas, quando montaram o sistema
judicial em fins de 1999 e 2000. Contou-me ontem uma veterana que Abílio
Osório, último governador da ocupação indonésia, teria afirmado – na presença
de muitos timorenses – que também eles sabem realizar políticas clandestinas, de
infiltração no aparelho do Estado, que eles, os ‘autonomistas’, vão utilizar as
mesmas armas, a mesma estratégia dos independentistas contra a Indonésia, para desestabilizar um Timor-leste
independente, através dos seus filhos formados em diversas áreas que iriam
ocupar postos chaves de governação e de justiça. Porque, teria dito Abílio Osório, os filhos da Resistência
contra a ocupação indonésia são analfabetos, só se preocupavam com a luta
clandestina e não frequentaram universidades. Isto é, estes filhos de ‘autonomistas’
iriam completar o trabalho dos seus pais – derrotados em 30 de Agosto de 1999 –
desestabilizando o Estado timorense com artimanhas políticas e legais para
impedir os seus adversários do passado governarem e deixarem para os filhos de ‘autonomistas’
assaltarem o poder. A ‘resistência clandestina’ dos integracionistas e dos
autonomistas já começou: um veterano condenado a cinco anos de prisão –
estando já a cumprir a pena - por ceder a viatura do Estado que lhe era
distribuída a um outro veterano, uma única vez, numa situação de emergência
familiar; outro veterano, Riak Leman – vinte e quatro anos ininterrupto na
Resistência Armada - também acusado pelo Ministério Público, por ter utilizado
a viatura de Estado que lhe era distribuída para se deslocar a um comício
partidário; Lúcia Lobato, ministra da Justiça de governo de Xanana Gusmão,
acusada pelo Ministério Público de corrupção e participação económica numa
adjudicação de aquisição de fardamento para os guardas prisionais, condenada a
cinco anos de prisão depois de ter recorrido ao Tribunal de Recurso que agravou
a pena da 1ª instância, instância essa que ‘provou’ que a ministra tinha
amealhado cinco mil ??? dólares americanos. Vejam bem: cinco mil dólares
equivalem a cinco anos de prisão efectiva. De facto, grande é a justiça que temos!
E a saga continua.
Valter Lemos. Mail recorda que não era propriamnete exemplo de assiduidade autárquica. Logo, não ideal para pregar moralidade aos professores. Marcelo Rebelo de Sousa in SOL, 3/01/2009
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