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Língua materna como língua de instrução: estupidez e teimosia do ME timorense

O melhor caminho para desenvolver as línguas maternas timorenses - vulgo línguas nacionais - é constituir equipas de estudiosos falantes nativos de cada uma das línguas (com a ajuda e colaboração de linguistas) para as estudar, analisar e estruturar a sua morfologia e sintaxe, e posterior aprovação da sua norma ortográfica pelo Parlamento Nacional a fim de haver uniformização no seu uso e ensino, evitando que uma mesma palavra tenha três ou quatro grafias diferentes.

A política educativa deve estar integrada na estratégia de defesa e segurança nacional. Não deve servir, nunca, para abrir brechas na segurança e unidade do país. A educação não se limita apenas a ensinar a ler e a escrever ("literacia") e a ensinar efectuar operações aritméticas ("numeracia"). Num país multilingue - como o nosso - e de tradição oral é imperativo haver uma língua de comunicação comum a todos os falantes das cerca de uma vintena de línguas nacionais. Neste momento, o tétum já preenche este critério; e o português - língua de tradição escrita secular, com mais de duzentas milhões de falantes nos cinco continentes - como língua de instrução, língua de acesso à cultura universal, às ciências e tecnologias modernas. A nossa obrigação agora é desenvolver o tétum para caminhar a par do português como língua de ensino, como língua de instrução; mas não substituir o português. Sejamos mais inteligentes que os sabotadores da nossa soberania e segurança nacional. O domínio da língua portuguesa - falada e escrita - pelos timorenses é uma arma muito poderosa para desenvolver a nossa economia, porque tendo uma economia desenvolvida e competitiva é a maior e melhor estratégia para a segurança do nosso país e defesa da nossa soberania. Apostar, agora, na utilização das línguas maternas é mantermo-nos isolados do mudo - pregando-nos à nossa aldeia, reduzindo a nossa economia ao sistema primitivo de troca, sem inovação e criatividade, fruto da nossa ignorância, situação que nos vai conduzir à pobreza e de mão estendida aos "doadores", sempre dispostos a colocar a canga no nosso lombo. As línguas maternas devem - e têm de - ser desenvolvidas, estudando-as, estruturado a sua sintaxe, recolhendo o seu corpus lexical, e normalizando a sua ortografia; numa fase muito posterior, incluir-se-ão no currículo do pré-secundário e secundário para o seu ensino às crianças falantes de cada uma das línguas, em cada uma das respectivas regiões. É mais frutuoso: preservar-se-á cada língua nacional e cumprir-se-á o preceito constitucional. O caminho que o ministro da educação João Câncio Freitas está a trilhar é errado e anti-patriótico.

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