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Reintrodução de língua portuguesa: uma coincidência... feliz!

«A intenção de Timor, a partir de Janeiro, é [abrir] mais quatro escolas portuguesas distribuídas pelos distritos. As escolas seriam suportadas pelo orçamento de Estado de Timor, assim como [os encargos com os] professores portugueses contratados cá em Portugal para Timor serão [também] suportados pelo OE de Timor, com a excepção da gestão, [em que] o governo timorense demonstra algum interesse em que a gestão seja feita [assegurada] pela parte portuguesa.»

Embaixadora Natália Carrascalão na entrevista à Rádio Renascença (RR), 24/09/2009 (http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=92&did=72029)


Há um ano, escrevi, neste blogue, um artigo de opinião - publicado a 1/04/2008 e republicado a 5/07/2008 - sobre o ensino sustentável de língua portuguesa em Timor, após a proibição do seu uso no ensino e na administração pelo ocupante indonésio (1975 a 1999). Um ano depois, felizmente, o Estado timorense encontrou o mesmo caminho para o ensino e reintrodução de língua portuguesa em Timor. A cooperação portuguesa nunca acertou no público-alvo determinante para o florescimento e multiplicação de falantes do português. O que se fez foi tentar, teimosamente, fertilizar uma em menopausa... Há sempre um pedreiro a querer fazer projectos de instalação eléctrica numa moradia!


«A língua portuguesa ainda é falada por timorenses de mais de 35 anos escolarizados no sistema educativo português, antes de Dezembro de 1975.

O objectivo, agora, é voltar a introduzir o português como língua de ensino, cultura e administração do Estado timorense, e desenvolvê-lo no território para que se torne não só o instrumento de trabalho dos timorenses, como também uma janela para o mundo e uma mais valia económica para o país. Pois, através da língua chega-se à economia de um vasto mercado de mais de 200 milhões de pessoas nos cinco continentes, que tiveram ligação histórica com Portugal.

O esforço da cooperação é louvável neste campo, mas não acertou na 'mouche'. Os professores destacados no território estão a formar docentes timorenses, logo gente adulta escolarizada no sistema educativo indonésio, logo não dominam minimamente o português, logo haverá alguma ou mesmo muita dificuldade em transmitir os conhecimentos adquiridos aos seus alunos timorenses em português. É deitar dinheiro dos contribuintes portugueses pelo cano da sanita.

Então qual a alternativa?

1. Abrir uma escola exclusivamente ministrada em língua portuguesa, começando logo no 1º ciclo (ensino primário) e gradualmente estender-se-ia ao pré-secundário e secundário (acompanhando a progressão dos alunos que começaram no primário), em cada um dos treze distritos, tendo como docentes, de preferência todos profissionalizados, recrutados em Portugal, Brasil, Angola, Moçambique e Cabo Verde.

2. Portugal poderia recrutar, num primeiro momento [numa primeira fase], professores do 1º ciclo (ensino primário), posteriormente do 2º, 3ºciclos e do ensino secundário para cada uma das treze escolas.

3. O Estado timorense poderia abrir concurso para o recrutamento de professores para docentes brasileiros, angolanos, moçambicanos e cabo-verdianos. São professores mais baratos, em termos de salário, que os portugueses. Por isso, é suportável pelo orçamento de estado timorense.

4. E recrutar-se-iam igualmente docentes timorenses, falantes de português e profissionalizados, com o mesmo salário dos restantes docentes contratados, excepto portugueses (estes naturalmente mais caros).

5. Numa mesma escola, coexistiriam docentes de várias proveniências.

6. Aos docentes estrangeiros o Estado timorense disponibilizaria alojamento adequado nos distritos onde iriam leccionar.

6. As restantes escolas da rede pública timorense continuariam a ser asseguradas por professores timorenses até se chegar a uma altura (15 anos depois) em que os alunos saídos das treze escolas propostas assegurariam por sua vez a docência nas restantes escolas referidas.

Estes são um apanhado de ideias para ajudar a fazer crescer a língua portuguesa, na terra do crocodilo.»

Comentários

Anónimo disse…
Entao estas ca e nem dizes nada?
Se perdeste o meu email, deixa um comentario no mu blog com o teu num telemovel que eh para tomarmos um cafe e por a conversa em dia. E vermos os miudos respectivos.
JP
Anónimo disse…
O Orçamento do Estado que ora se encontra em discussão no Parlamento Nacional cortou em 60% (sessenta por cento) o orçamento do Ministério da Agricultura e Pescas (ministro Mariano Sabino Assanami) e em 97% o fundo de maneio do mesmo ministério, por suspeita de corrupção na execução da verba alocada.

A Fretilin está a assediar o PD... Leiam o TLN... Não transparece nenhuma crítica aos ministérios tutelados pela PD!!!

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